Deputados repercutem falta de água e pretendem convocar BRK, Casal e Arsal para esclarecimentos

A problemática da falta de água na torneira dos alagoanos foi motivo de um longo debate na sessão ordinária desta quinta-feira (18), da Assembleia Legislativa (ALE). Os deputados citaram os constantes apelos da população por melhorias no abastecimento e prometeram analisar, na semana que vem, o pedido de convocação de representantes da BRK Ambiental, da Casal [Companhia de Saneamento de Alagoas] e da Arsal [Agência Reguladora de Serviços Públicos de Alagoas].

Há dois requerimentos neste sentido em tramitação no Poder Legislativo. O primeiro deles foi protocolado pelo deputado estadual Cabo Bebeto (PTC) para que os diretores da atual operadora do serviço de água e esgoto da Região Metropolitana de Maceió sejam convidados. Nesta quinta, foi a fez da deputada Jó Pereira (MDB) apresentar a solicitação, ampliando a convocação para os demais envolvidos.

A emedebista utilizou a tribuna da Casa para repercutir a dificuldade enfrentada por milhares de alagoanos. O plano de fundo foi o ato de uma moradora do Conjunto Eustáquio Gomes de Melo, publicado nas redes sociais, que tomou banho de ‘cuia’, em via pública, para cobrar uma solução definitiva para a falta de água na região. Lá, o problema dura um mês sem qualquer perspectiva de ser solucionado.

Jó foi uma das que foram cobradas pela manifestante para que o impasse fosse resolvido. No pronunciamento, a deputada criticou a falta de empenho do Executivo para dar um ‘basta’ no sofrimento da população. Ela também cobrou do governo os investimentos necessários, previstos na outorga, para melhoria do saneamento na Grande Maceió.

“Legislamos, fazemos indicações, apresentamos propostas, mas, infelizmente, não somos atendidos. A responsabilidade é do Executivo. O Parlamento está fazendo a sua parte, que é criar leis, cobrar e fiscalizar”, destacou.

O discurso dela provocou a reação dos colegas. Em aparte, o deputado Davi Maia (DEM) reclamou da postura do governador na gestão da concessão do serviço. Para ele, o governo desmoralizou o processo, mesmo com o Estado tendo sido o pioneiro nos leilões do saneamento no Brasil.

“Desmoraliza quando, antes do prazo contratual, autoriza aumento da tarifa de água. Desmoraliza quando, antes mesmo de ver os investimentos sendo feitos, já observa a falta de água em várias localidades. E, neste processo, a Arsal sumiu. Não se tem notícia do que a agência está fazendo para resolver a questão. Além disso, a BRK sequer informa o prazo mínimo para solucionar as dificuldades”, ressaltou.

O assunto também foi comentado pelos deputados Galba Novaes (MDB), Inácio Loiola (PDT), Dudu Ronalsa (PSDB) e Francisco Tenório (PMN). Eles defendem que os representantes da operadora e da Casal prestem os devidos esclarecimentos. Novaes, por exemplo, classificou a situação como vergonhosa e revelou que está há mais de 20 dias sem água em casa.

Chico Tenório, por sua vez, ponderou. Disse que ainda não é hora de ‘condenar’ a BRK pelos serviços. “A empresa assumiu há pouco e precisamos cobrar como está o andamento do plano de investimento”.

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