MP vai recorrer de sentença proferida aos réus do caso Abinael

Crédito: Caio Loureiro

O Ministério Público de Alagoas (MPAL) vai recorrer da sentença proferida para os réus do caso Abinael Saldanha, que foram julgados nessa terça-feira (26), em Rio Largo, cinco anos depois do crime. Apontado como mandante do crime, Ericksen Dowell da Silva Mendonça foi condenado a cumprir 20 anos e 9 meses em regime fechado, pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

De acordo com a assessoria de imprensa do órgão, a promotora Ana Cecília de Moraes e Silva, que atuou no júri, pediu para que a colega que é titular na promotoria da cidade recorra da decisão, especialmente em relação à condenação de Jonathas Barbosa de Oliveira, que foi condenado somente por ocultação de cadáver.

No entanto, segundo a representante do órgão ministerial, ficou devidamente comprovada a participação de Jonathas em toda a logística criminosa, que, segundo a promotora, não teria ocorrido sem ele. “A hediondez deste crime merece uma resposta à altura por parte do Estado”, declarou Ana Cecília de Moraes e Silva.

O julgamento

Após mais de 13 horas de julgamento, a Justiça de Alagoas condenou Ericksen Dowell da Silva Mendonça, apontado como autor intelectual na morte de Abinael Ramos Saldanha, ocorrida em 15 de junho de 2016, a cumprir 20 anos e 9 meses em regime fechado, pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. O julgamento aconteceu nessa terça-feira (26), na 3ª Vara Criminal de Rio Largo, conduzido pela juíza Eliana Machado.

Deivison Bulhões da Rosa Santos, Jonathas Barbosa de Oliveira e Jalves Ferreira da Silva também foram julgados e condenados pelo mesmo tempo de pena de Ericksen. Já o réu Jonathas Barbosa de Oliveira foi condenado somente por ocultação de cadáver e teve pena de dois anos. Juntas, as penas chegam a mais de 60 anos de reclusão.

Réu confesso

Apontado como autor intelectual do crime, Ericksen Dowell da Silva Mendonça negou que tenha encomendado a morte da vítima e disse que pagou por um “susto”. Em depoimento, o réu confesso disse que pegou emprestado uma quantia em dinheiro com Abinael Saldanha, mas vinha sendo alvo de cobranças e ameaças por parte da vítima. À época, ele não teria relatado essas ameaças a ninguém.

Em razão dessas ameaças, Dowell disse que procurou os autores materiais do crime para dar um “susto” em Abinael, porém, não pediu para que assassinassem Abinael.

Questionado sobre o empréstimo que ele diz ter pego com Abinael, o réu disse que não assinou nada e que o maior erro dele foi não ter contado a ninguém sobre as ameaças que, supostamente, recebeu de Saldanha. Dowell também negou que tenha desviado dinheiro da empresa em que trabalhava junto com a vítima.

Entenda o caso

Conforme o Ministério Público de Alagoas (MP/AL), o crime ocorreu após a vítima descobrir que Ericksen estava desviando valores da empresa em que trabalhavam. Abinael foi sequestrado ao se deslocar da casa da noiva para sua residência e levado para as proximidades da Usina Santa Clotilde, em Rio Largo, onde foi assassinado a tiros em 2016.

Após o homicídio, os acusados atearam fogo no carro da vítima. O celular de Abinael chegou a ser furtado. O corpo da vítima só foi encontrado sete dias depois do crime.

A denúncia aponta Ericksen como o autor intelectual do homicídio. O MP/AL disse, ainda, que o acusado contratou Deivison por R$ 6 mil para cometer o assassinato. Deivison, por sua vez, subcontratou Jalves e Jonathas para que estes pusessem em prática o plano de assassinar a vítima, ocultar o cadáver e incendiar o veículo.

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