PC apura denúncia de abuso sexual cometido por vigilante contra criança em Maragogi
A Polícia Civil (PC) está investigando a denúncia de que uma criança de 8 anos foi vítima de abuso sexual, supostamente praticado pelo vizinho, que atuava como vigilante de uma escola municipal localizada no Distrito de Peroba, no município de Maragogi, Litoral Norte de Alagoas. O suspeito é casado com a diretora do colégio e está desaparecido desde quando o caso passou a ser apurado.
No relato que fez na delegacia, no dia 9 de outubro, a mãe da menina contou que, costumeiramente, deixava a filha aos cuidados dos vizinhos por trabalhar em um hotel na região. Mas foi surpreendida com a garota por esta apelar para não mais ficar na residência, por ter sido ‘tocada nas partes íntimas e beijada’ pelo morador.
A mãe acredita que, pelo comportamento da menina, os abusos poderiam estar acontecendo há cerca de dois meses. Ela também tomou a iniciativa de procurar o Conselho Tutelar para relatar o fato. Em contato com a Gazetaweb, uma das conselheiras da região confirmou que está acompanhando a situação e prestando a assistência necessária à vítima.
A garota fez exame de conjunção carnal no Instituto Médico Legal (IML) de Maceió e o laudo, quando for expedido, será remetido à autoridade policial. Ela está sendo acompanhada por um psicólogo do Centro de Referência da Assistência Social (CRAS).
De acordo com o Site Maragogiro, o secretário municipal de Educação de Maragogi, Artur Bezerra, exonerou o vigilante da escola dois dias após a denúncia ser oficializada. A diretora foi afastada das funções e uma sindicância foi aberta para apurar as circunstâncias relatadas pela mãe da garota.
O Boletim de Ocorrência (BO) acerca desta denúncia foi formalizado na Delegacia Regional de Matriz de Camaragibe, mas a investigação está sendo tocada pelo Distrito Policial (DP) de Maragogi.
A mãe da garota contou à Gazetaweb que, além do abuso sexual, está revoltada com a atitude tomada pela diretora e pela enteada do casal, pessoas pelas quais ela diz que tinha grande estima.
“A diretora me ofereceu uma casa nova para eu sair do aluguel e a enteada deles me prometeu pagar uma escola melhor para minha filha e o tratamento psicológico”, revela. Ela desconfia que as vantagens seriam para evitar que o caso fosse denunciado.
No entanto, o advogado contratado pela diretora e pela enteada, Alan Ramos, nega que o propósito tenha sido este. Segundo ele, as clientes queriam, na verdade, amparar as possíveis vítimas.
“Isto já foi esclarecido para o delegado. As minhas clientes não querem acobertar nada. Se o suspeito cometeu o crime, que pague por ele. Até os contatos e indicações de prováveis locais onde ele poderia estar foram repassados à polícia pela diretora e enteada. Elas não querem mais saber dele”, destacou o advogado.
Alan acrescentou que, no último contato com a família, o vigilante informou que estava no município de Feira de Santana, na Bahia, mas que já tinha passado por Maceió, onde deixou o carro. Depois disso, ele não deu mais notícias do paradeiro. Não se sabe, também, se há mandado de prisão em aberto contra ele.
O suspeito não tem advogado constituído e, ainda, não se pronunciou sobre as acusações.
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