Com reajuste acumulado de 30%, botijão de gás chega a R$ 100

Pela primeira vez na história do Brasil, o preço médio do botijão de gás de cozinha, o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), ultrapassou a marca de R$ 100, de acordo com dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis). Em Alagoas, já é possível encontrar o produto por R$ 100. A ANP consultou 18 revendas em Alagoas, nos municípios de Maceió, Arapiraca e Delmiro Gouveia.

Em todas estas cidades o preço já chegou a R$ 100 em alguma revenda. O preço médio do botijão gás em Alagoas é de R$ 95,95. O produto já acumula alta de 30% este ano. Em janeiro, o preço médio do botijão de gás em Alagoas era de R$ 72,98. Em todo o país, o preço do botijão de 13 quilos teve alta de 1,8% nas revendas na última semana, atingindo o valor médio de R$ 100,44. Em Mato Grosso, Rondônia e no Rio Grande do Sul, é possível encontrar o botijão a R$ 135.

A escalada dos preços dos combustíveis é um dos principais fatores de pressão sobre a inflação brasileira, que em setembro acelerou para 1,16%, a maior alta para o mês desde o início do Plano Real, quebrando a barreira simbólica dos dois dígitos no acumulado de 12 meses. A gasolina, por exemplo, já acumula alta de 32% este ano em Alagoas, saindo de R$ 4,77 por litro em janeiro, para R$ 6,31 na última semana. Para tentar reverter os impactos dos aumentos, o presidente Jair Bolsonaro vem colocando o tema como principal prioridade do seu governo, com apoio do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

Na última quinta-feira (14), a Câmara aprovou projeto de lei que altera as regras de cobrança do ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços], imposto estadual que vem sendo apontado pelo governo como principal causa dos aumentos dos preços dos combustíveis.

O projeto promete reduzir em 7% o preço da gasolina. A pesquisa da ANP identificou também nova alta no preço do diesel, que foi reajustado nas refinarias no início do mês. Segundo a agência, o produto custa, em média, R$ 4,976, aumento de 0,3% em relação à semana anterior.

Assim, a alta acumulada desde o reajuste nas refinarias é de 5,7%. O preço do etanol também manteve a tendência de alta e fechou a semana a R$ 4,819 por litro, valor 0,9% superior ao registrado na semana anterior.

Com a pressão política sobre os preços dos combustíveis, a Petrobras vem tendo dificuldades de cumprir os prazos de acordo com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) que prevê a venda de metade de sua capacidade de refino.

Até agora, apenas duas unidades foram vendidas, as refinarias da Bahia e do Amazonas. Outros três processos ainda estão em negociação e três, com prazo final para assinatura de contratos no fim deste mês, foram suspensos.

Nessa terça-feira (19) o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Alagoas (Sindicombustíveis) disse enxergar com bastante preocupação a confirmação da Petrobras de que ‘para novembro, recebeu pedidos muito acima dos meses anteriores e de sua capacidade de produção’ e que ‘apenas com muita antecedência, conseguiria se programar para atender essa demanda atípica’.

De acordo com o sindicato, “o risco de desabastecimento de combustíveis no país no momento em que estamos ansiando por uma retomada econômica com o fim da pandemia, acende um alerta e traz inquietação não só com os postos de combustíveis que compõem a nossa categoria, mas também com toda população, uma vez que a escassez de produtos no mercado impactam o andamento da sociedade em geral”.

Gazetaweb

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