Segundo informações da família, o câncer havia sido descoberto recentemente e Paulo Lourenço estava fazendo sessões de quimioterapia e de radioterapia.
Mesmo com seus 89 anos de idade, Paulo do Bar – como ficou conhecido pela sociedade arapiraquense, por ter fundado um dos bares mais ecléticos e com um dos maiores acervos de vinil, os famosos LP’s (Long Play), de 12 músicas, nacionais e internacionais, – vivia ávido pela cultura e mostrava seu talento em projetos culturais com apresentações na Praça Margarida Gonçalves, a Praça do Artesanato, no Parque Ceci Cunha.
Bar do Paulo
O Bar do Paulo, se estivesse ainda na ativa, daria um ar autêntico às noites arapiraquenses, como sempre deu nas décadas passadas, principalmente nos anos de 1970. A casa de esquina, de número 357, onde se encontram as Ruas Don Jonas Batingas e São Luiz, no bairro de Ouro Preto, foi o point durante décadas de escritores, militantes, músicos e jovens sonhadores, que conversavam sobre o novo cinema, a política efervescente, a música e a literatura mundiais e nacional.
Entendendo a importância de sua contribuição à cultura local, a Prefeitura de Arapiraca resolveu homenagear diversos mestres e destaques do âmbito, e Paulo Lourenço da Silva, dono do famoso estabelecimento, recebeu honraria em cerimônia realizada em agosto de 2013, no Museu Zezito Guedes, quando tinha 81 anos de idade.
À época, em 2013, dos meses de março até o começo de junho, sob determinação da então prefeita Célia Rocha, para coroar a data de 40 anos do bar, foi realizado o projeto “DJ do Agreste” aliado ao Som do Mercado, que acontecia todas as quintas-feiras, com performance de Paulo selecionando músicas de seu enorme acervo de vinis.