‘Eles tinham como parar meu pai de qualquer outro jeito’, diz filha de sargento que morreu baleado pela PM
A filha do 3º sargento da Polícia Militar de Alagoas Alessandro Olesko, que morreu após ser baleado na frente de casa em uma ação da PM durante um surto em Satuba, questionou a ação dos policiais.
Em entrevista ao AL2, Karoline Olesko conta que a madrasta chegou a entrar na casa com dois e seu pai ficou do lado de fora com outros militares. Ela disse que a madrasta ouviu três tiros e depois viu Olesko jogado no chão. “Ela viu ele desacordado. Ele foi algemado com um tiro e desacordado. Porque algemar a pessoa com um tiro e caída no chão?”, questionou
A filha ainda disse que seu pai foi estava desacordado quando foi colocado dentro da mala da viatura. “Porque deram um tiro? Tinha quatro viaturas. Era muita gente, isso é revoltante porque eles tinham como parar meu pai de outro jeito”, falou.
A ação que resultou na morte do sargento aconteceu em um condomínio na cidade de Satuba, onde ele morava, na segunda-feira (11). A PM informou que recebeu uma ordem da Corregedoria da corporação para recolhê-lo por causa de uma denúncia de disparos em via pública em Guaxuma no domingo (10).
O sargento e estava na polícia há 15 anos. A filha conta que o pai não estava bem psicologicamente e que, no domingo, efetuou disparos contra a casa do ex-marido dela. Ela disse ainda que o ex a perseguia há bastante tempo e que o pai, abalado e querendo protegê-la, agiu por impulso.
“Nada vai explicar. Ele era uma pessoa maravilhosa. A gente ainda não está acreditando porque foi muito rápido. Meu pai estava num ponto de realmente precisar de ajuda. Ele acumulou isso na cabeça dele e quis colocar para fora. Mas ele não era uma pessoa ruim”, lamenta.
Olesko gravou um vídeo dias antes de morrer relatando que estava sofrendo perseguição dentro da corporação. A gravação foi feita no dia 9 de outubro.
Por meio de nota, a Polícia Militar informou que está apurando os fatos e providenciando as medidas administrativas necessárias para esclarecer o caso.
A Associação de Cabos e Soldados disse que acompanha o caso. E a promotoria de Justiça de Satuba, cidade onde o sargento foi baleado, informou que não vai se manifestar até que a conclusão do trabalho da polícia.
G1