Sargento baleado e morto por colegas é enterrado em Maceió; PM diz que ele estava em surto
O corpo do sargento Alessandro Oleszko, 45 anos, da Polícia Militar de Alagoas foi enterrado no Memorial Parque Maceió, no Benedito Bentes, nesta terça-feira (12). O policial militar foi baleado em sua casa em Satuba por colegas de farda e morreu no Hospital Geral do Estado (HGE). A Polícia Militar disse que, no momento em que foi baleado por policiais, o sargento estava em surto.
O Instituto Médico Legal (IML) informou que o corpo de Oleszko deu entrada às 6h40 desta terça. A necropsia foi concluída e o corpo foi liberado para o sepultamento. O sargento morreu por disparo de arma de fogo.
Familiares que acompanharam o velório e o enterro discordaram da conduta da Polícia Militar para lidar com um integrante que, no momento, sofria com problemas psicológicos. A ex-esposa do militar, Maria José, contou que parentes olharam o corpo do PM e constataram que ele foi atingido por um tiro na virilha, que atravessou as nádegas.
“Foi um tiro à queima roupa. Um tiro fatal na virilha, que varou nas nádegas. E toda essa história está mal contada. Foram cinco viaturas para parar o Alessandro. Em cada viatura, tinha quatro ou cinco policiais. Ninguém está acreditando porque foi a própria polícia [que o matou]. A gente não esperava que isso acontecesse. Eu estava separada dele há 7 anos, mas estou abalada pelas minhas três filhas. Minha filha [mais velha] era apaixonada pelo pai”, disse.
Segundo a Polícia Militar, o 3º sargento Oleszko foi baleado na segunda-feira (11) quando militares foram até sua casa para recolhê-lo a pedido da Corregedoria da PM, já que, segundo a polícia, no domingo (10), ele teria efetuado disparos de arma de fogo contra uma residência no bairro de Guaxuma.
De acordo com a PM-AL, o sargento teve um surto e tentou atingir os policiais com armas brancas. Sem conseguir contê-lo, a polícia diz que foi necessário atirar em sua perna.
Por meio de nota, a Polícia Militar informou que está apurando os fatos da ocorrência envolvendo o militar, e que está oferecendo apoio à família do sargento e aos integrantes das guarnições envolvidos no caso.
Alessandro Oleszko nasceu no Rio Grande do Sul, mas morava há mais de 20 anos em Alagoas. Ele entrou para a PM-AL em 2006.
O 3º sargento PM estava lotado no 5º Batalhão de Polícia Militar (5º BPM), mas estava afastado do trabalho para tratamento psicológico. Segundo a PM, ele recebia acompanhamento do Centro de Assistência Social (CAS) da corporação.
Oleszko tinha três filhas e dois netos do primeiro casamento e um casal de filhos do segundo.