Mais de 150 casais LGBTQIA+ se casam em cerimônia coletiva em Maceió

Um casamento coletivo uniu na tarde desta sexta-feira (24) 157 casais, quase todos LGBTQIA+. A cerimônia aconteceu no Clima Bom, parte alta de Maceió, com todos usando máscara de proteção contra o coronavírus.

Essa é a 5ª edição do casamento coletivo LGBTQIA+ promovido pelo Tribunal de Justiça de Alagoas, mas a primeira organizada pelo Centro de Acolhimento Ezequias Rocha Rêgo (CAERR). Alguns casais heterossexuais também se inscreveram e oficializaram a união.

A cerimônia foi realizada sob tendas montadas na rua onde o CAERR fica localizado. Uma equipe da Polícia Militar esteve presente, realizando a segurança.

“Me sinto nervosa e feliz ao mesmo tempo. É uma experiência nova, estou começando agora a fase adulta”, disse uma das noivas, Ingrid, que se casou com Evelyn nesta tarde.

Casais LGBTQIA+ se uniram oficialmente em casamento coletivo no Clima Bom, em Maceió — Foto: Gustavo Cândido/g1
Casais LGBTQIA+ se uniram oficialmente em casamento coletivo no Clima Bom, em Maceió — Foto: Gustavo Cândido/g1

O professor Nivaldo Miranda, de 32 anos, afirmou que o principal motivo de ter se inscrito no mutirão com seu parceiro Régis Anário, 46, foi o pensamento de que o momento é importante para fazer uso desses direitos. Eles estão juntos há 14 anos.

“Há a necessidade de firmar os nossos direitos no momento em que a gente está vivendo, de retirada de direitos. Você saber que tem um direito e não usufruir dele é uma coisa que não deixo mais passar. É um direito que eu tenho de ser reconhecido, assim como um casal hétero tem,” afirma Nivaldo.
Nivaldo falou também sobre a importância do ato de um casal homoafetivo poder se unir oficialmente, algo que não era possível no passado. “Acho que tô representando muita gente que não teve essa oportunidade”.

“O casamento LGBT não tira o direito de ninguém, ele não tira o direito de casais que são favorecidos historicamente. Na verdade, ele faz correções históricas e necessárias e que considera todos em igual direito”, apontou Régis.

O número de pessoas que se inscreveram foi alto, de acordo com Nildo Correia, presidente do Grupo Gay de Alagoas (GGAL). “Houve um recorde esse ano. Com isso, foi preciso montar um script, com uma turma às 15h e outra às 16h30, para evitar aglomeração”.

Mesmo com os cuidados, em alguns momentos os casais ficaram muito próximos uns dos outros, o que é arriscado, segundo especialistas, porque facilita um eventual contágio pelo coronavírus.

Além dos casais homoafetivos, alguns casais heterossexuais se casaram na cerimônia coletiva. “Como é possível observar hoje aqui, não só casais LGBT se casaram, como também casais heterossexuais. Pensando mesmo na afirmação de direitos iguais”, disse Nildo.

Um desses casais heterossexuais é formado por Karolayne, de 23 anos, e Iomar, de 22 anos. Eles se conheceram através de uma rede social e haviam tentado se casar quatro vezes antes, até finalmente conseguirem.

“Ele trabalhava em um banco como jovem aprendiz e eu fazia trufa. A gente foi conversando e faz oito anos que já estamos juntos. Fui eu quem disse ‘oi’, eu sou adiantada”, lembrou com bom humor a noiva.

G1

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