Investigação de fraude ao concurso da PM de Alagoas analisa prova e celulares apreendidos com suspeito

A Polícia Civil deu início à investigação das denúncias de irregularidades no concurso da Polícia Militar, realizado no mês de agosto. Em entrevista ao AL2 nesta segunda-feira (13), o delegado Gustavo Xavier informou que uma prova e celulares apreendidos com um suspeito preso no fim de semana podem ajudar na apuração dos fatos.

“Foram apreendidos três aparelhos telefônicos, e nós faremos um trabalho técnico em relação a esse material, foi apreendida uma prova também”, informou o delegado coordenador da Divisão Especial de Investigações e Capturas (DEIC).

O material estava com com um homem aprovado na primeira etapa do concurso, mas que tem ficha criminal e não concluiu sequer o ensino fundamental, o que está em desacordo com o edital do concurso, que tem como uma das exigências o ensino médio completo.

“Nós tivemos informações, inclusive constatadas pelo núcleo de inteligência da Deic, de que ele teria passagem pela polícia por receptação, porte ilegal de arma de fogo, bem como resistência”, disse Xavier.

O delegado esclarece, porém, que as investigações estão no início e de que não há comprovação da fraude. “Até agora não há nada de concreto que venha macular a lisura do concurso público da Polícia Militar de Alagoas. No entanto, um trabalho investigativo sério esta sendo iniciado para apurar todas as informações pertinentes ao caso. Em breve nós traremos uma resposta à sociedade”.

Nas redes sociais, outros candidatos relatam suspeita de que um grupo possa ter comprado gabarito do mesmo concurso.

“Nós vamos analisar algumas informações que estão chegando aqui à nossa equipe e nós vamos analisar se há algum núcleo em algum local do estado responsável por fraudes em certames de interesse publico”, diz o delegado.

Candidatos que fraudaram concurso da PM serão eliminados
O Cebraspe, responsável pela elaboração do concurso público da PM, informou que os procedimentos de segurança não se limitam ao momento de aplicação das provas e que colabora com a polícia para investigar as denúncias.

“É possível a identificação e a eliminação de pessoas que possam ter se utilizado de meios ilegais mesmo após a aplicação das provas”, diz o Cebraspe por meio de nota à imprensa.

“Se, a qualquer tempo, for constatado, por meio eletrônico, estatístico, visual, grafológico ou por investigação policial, que o candidato se utilizou de processo ilícito, suas provas serão anuladas e ele será eliminado do concurso público, reforça a empresa.

A Secretaria de Estado do Planejamento, Gestão e Patrimônio (Seplag) também informou que medidas serão tomadas caso haja a comprovação da fraude. “Todas as medidas administrativas e judiciais serão aplicadas”.

O concurso oferta 1.060 vagas, sendo 1.000 para soldado e 60 para o cargo de aspirante oficial. Mais de 67 mil candidatos participaram da primeira etapa. Além de Alagoas, as provas do concurso da Polícia Militar também foram aplicadas nos estados de Sergipe e Pernambuco.

G1

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