Fiocruz: tendência de queda de óbitos por Covid-19 se mantém, mas número de casos aumenta
A nova edição do Boletim Observatório Covid-19 Fiocruz, publicada nesta quarta-feira, reafirma, por mais uma semana, tendência de queda no número de óbitos e nos indicadores de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no SUS. Por outro lado, foi registrado aumento no número de casos. A positividade dos testes, ainda que em tendência de queda, também permanece alta. A diferença entre a curva de novos casos e a curva de óbitos é mais um indício da nova fase da pandemia no Brasil, em que há intensa circulação do vírus, mas com menor impacto sobre as demandas de internação e sobre o número de mortes. “É importante salientar que os números de casos (média de 46,8 mil casos novos por dia) e de óbitos (1.160 óbitos por dia) estão ainda em patamar muito elevado”, afirmam os pesquisadores do Observatório Covid-19.
A análise da disponibilidade de leitos sustenta que apenas Goiás e o Distrito Federal permanecem na zona de alerta. Porém, no segundo caso, os dados refletem a recente retirada de leitos para os casos de Covid-19 frente à redução da demanda. Dezesseis estados estão fora da zona de alerta e nove se encontram na zona de alerta intermediária, com a maioria das taxas entre 60% e 65%. Foi registrada ainda uma pequena redução da taxa de letalidade — ou seja, a proporção dos casos que resultaram em óbitos. Agora, o indicador está em torno de 2,5%.
Segundo dados do Ministério da Saúde, o país vacinou mais de 59,6% da população adulta com pelo menos uma dose da vacina e cerca de 23% com o esquema completo de imunização. As pesquisas realizadas até o momento indicam que as pessoas completamente vacinadas (com duas doses, no caso da maioria das vacinas aplicadas no Brasil) estão protegidas contra a variante Delta. Os cientistas do Observatório, no entanto, destacam que a proteção oferecida por uma única dose, com exceção da vacina da Janssen, é muito reduzida em comparação ao regime de imunização completo. “Os não vacinados (40,4% da população) encontram-se ainda vulneráveis e com risco alto de infecção e de desenvolver a doença em formas graves, o que pode demandar atendimento hospitalar e resultar em óbitos”, alertam.
Ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no SUS nos estados
Quedas de pelo menos cinco pontos percentuais no indicador foram registradas em vários estados: Rondônia (62% para 52%), Amazonas (66% para 59%), Tocantins (77% para 71%), Ceará (59% para 52%), Rio Grande do Norte (49% para 41%), Pernambuco (58% para 50%), Alagoas (54% para 46%), Bahia (60% para 53%), São Paulo (62% para 55%), Paraná (72% para 64%), Santa Catarina (79% para 64%), Rio Grande do Sul (70% para 65%), Mato Grosso do Sul (66% para 61%) e Mato Grosso (70% para 63%). Exceto pelo Maranhão, o Nordeste está fora da zona de alerta, assim como todos os estados do Sudeste e os estados de Rondônia, Acre, Amazonas e Amapá, na região Norte. O Sul e os estados do Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, do Centro-Oeste, se mantiveram na zona de alerta intermediário, mas com significativas quedas no indicador.
Goiás (86%) e o Distrito Federal (83%) estão com taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 no SUS superiores a 80%, embora, no segundo caso, o dado seja um reflexo da retirada de leitos Covid-19. Nove estados estão na zona de alerta intermediário.
Ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no SUS nas capitais
Rio de Janeiro (90%), Goiânia (93%) e Brasília (83%) são as únicas três capitais com taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 superiores a 80%. Porém, assim como acontece em Goiás, no Rio e em Brasília, tem havido redução de leitos. Seis capitais estão na zona de alerta intermediário, com taxas iguais ou superiores a 60% e inferiores a 80%: Boa Vista (68%), Palmas (61%), São Luís (73%), Curitiba (68%), Porto Alegre (70%) e Campo Grande (67%). Dezoito capitais estão fora da zona de alerta: Porto Velho (43%), Rio Branco (18%), Manaus (59%), Belém (57%), Macapá (36%), Teresina (47), Fortaleza (55%), Natal (46%), João Pessoa (27%), Recife (27%), Maceió (40%), Aracaju (53%), Salvador (44%), Belo Horizonte (58%), Vitória (49%), São Paulo (51%), Florianópolis (40%) e Cuiabá (55%).
Agência Fiocruz