MP-AL investiga delegado e policiais militares que postam vídeos das operações nas redes sociais
O Ministério Público do Estado (MP-AL) investiga a publicação de vídeos em redes sociais com abordagens policiais feitas durante operações por um delegado da Polícia Civil e três militares da Polícia Militar de Alagoas. Quatro inquéritos civis foram abertos.
De acordo com o promotor de Justiça do Controle Externo e Segurança Pública, Magno Alexandre Moura, as imagens publicadas mostram abordagens violentas. A divulgação delas, segundo ele, motivou os inquéritos.
“Nós temos policiais miliares, oficiais e praças, e um delegado de polícia da Polícia Civil utilizando-se de mídias sociais, onde estão se autopromovendo e muitas vezes saindo do protocolo de atuação do policial”, relata.
O promotor disse que a atitude fere direitos fundamentais das pessoas ao mostrar a atividade policial com uso de violência. “Com isso, nós decidimos abrir esses inquéritos civis. Estamos recolhendo todas essas mídias postas na internet”, informou.
Moura também falou que, no caso dos militares, uma portaria do comandante geral da PM não permite o uso das redes sociais para promoção pessoal. “Estão aproveitando do cargo que exercem para se autopromoverem, inclusive com remunerações não permitidas em razão do exercício do cargo”.
O promotor comunicou que, no caso dos policiais militares, o oficial pode chegar receber uma punição pelo Conselho de Justificação. No caso dos praças da PM, pode acontecer um Conselho de Disciplina com processo administrativo. Nos dois casos e também para delegado da Polícia Civil, se houver reincidência, pode chegar até a perda do cargo público.
Por meio de nota, a Polícia Militar de Alagoas informou que tem contribuído com as investigações do Ministério Público em relação aos policiais militares que publicam conteúdos de ações operacionais da instituição nas redes sociais.
A PM disse ainda que tem trabalhado internamente, através da Corregedoria e da assessoria de comunicação, para disciplinar o tema com portarias, instruções normativas e abertura de procedimentos administrativos.
A reportagem do G1 tentou contato com a Polícia Civil, mas não teve resposta até a publicação da reportagem.