Carpil é destaque entre cooperativas e se consolida na Rota da Fruticultura no Brasil
Por Grazi Duarte
A Cooperativa Agropecuária do Estado de Alagoas (Carpil), de Palmeira dos Índios tem 41 anos de existência no metcado. Capitaneada pelo presidente Luciano Monteiro, a cooperativa desenvolve diversas ações no Brasil e em especial no Nordeste, vem apoiando ao longo de sua trajetória os agricultores fami-liares, no processo de produção de alimentos, beneficiamento e comercialização.
O trabalho desenvolvido por Luciano Monteiro à frente da cooperativa é reconhecido nacionalmente e é vencedor, por exemplo, da Chamada de Ater, compro-vando que o incansável trabalho tem tornado a cooperativa uma das mais atuantes do país.
Para o presidente da Carpil, “o que se pensar de política de desenvolvimento da agricultura familiar em Palmeira dos Índios, Alagoas e também no Nordeste, tem participação direta da Carpil”, afirmou. “Podemos atuar em todo o Brasil, desde que haja algum projeto de agricultura familiar”.
A cooperativa integra a Organização das Cooperativas do Brasil (OCB) e é a única em Alagoas e uma das poucas do Nordeste que está na Aliança Cooperativa Internacional (ACI).
Entre os programas capitaneados pela Carpil nos últimos anos está a recuperação de nascentes, construção de mais de duas mil cisternas de água para consumo, 800 de água para produção, implantação de quintais produtivos, tecnologias de convivência com o Semiárido, distribuição de mudas, recuperação de barragens, construção de poços artesianos, mecanização agrícola, aração de terras, distribuição de sementes e assistência técnica.
Um dos programas mais importantes é o de recuperação das nascentes, o qual virou modelo para Alagoas, tendo mais de 600 trabalhos recuperados em todo o Nordeste, sendo metade aqui no estado. Sua execução se deu, por meio de uma intercooperação entre a Carpil e a Coopavel, do Paraná, levando mais de duas mil pessoas da região para conhecer técnicas no Sul do país, a exemplo da que recupera nascentes.
O aproveitamento da parte aérea da mandioca, que antes ia para o lixo, agora é utilizado para alimentar animais, por isso defendo que sejamos mais humildes e lembrar que a Carpil semeia desenvolvimento e tecnologia para os seus cooperados e consumidores”, salientou.
O intercâmbio faz parte da intercoope-ração entre Carpil e Coopavel (PR) há 23 anos consecutivos, sendo premiada e reconhecida em nível nacional como modelo entre cooperativas.
Durante todos os anos foram benefi-ciados diretamente mais de 500 jovens, 220 mulheres, 876 produtores e 282 técnicos, agrônomos, veterinários, zootecnias e parceiros, além de várias associações, assentamentos e entidades parceiras.
Rota da Fruticultura
Neste domingo (11), acontece no Sítio Boa Vista do Tomé em Palmeira dos Índios, o evento “Manhã de Campo da Rota da Fruticultura Alagoana”, iniciando com um café da manhã às 9h. Essa é a 1ª ação da Rota da Fruticultura Alagoana dentro de uma propriedade rural, como estratégia na criação de polos de produção de frutas por região, que irá se transformar em unidade de referência de formação, treinamento, comercialização e integração de Políticas.
A Rota esta estruturada em sete Polos Regionais, e o Polo Regional de Palmeira dos Índios tem o “Umbu Cajá” como fruta nativa prioritária, com vocação produtiva regional, visando promover o desenvolvimento socio-ambiental e econômico de inclusão social, dentro de uma nova visão estratégica respeitando o meio ambiente, atendendo as demandas do mercado, na perspectiva da geração de empregos e renda, a melhoria da paisagem rural e urbana e a qualidade de vida da população.
Considerando que “Palmeira dos Índios é a capital nacional do Umbu Cajá”, por meio de trabalho de pesquisa iniciado há 15 anos, faz parte das ações do projeto de um milhão de árvores de umbu cajá e constatado pela capacidade produtiva, e pelas 500 famílias de produtores rurais que plantam, colhem e vendem, e apostando nesta fruta para ampliar sua produção e ter acesso a novas oportunidades de negócios.
Serão validadas e lançado o “Projeto Um milhão de árvores de Umbu cajá e demais Spondias 2021/2022”, cadastrando os produtores e divulgando as tecnologias e práticas agrícolas sustentáveis disponíveis, para qualificar o sistema de produção e obter avanços na produtividade, na qualidade e na rentabilidade, obedecendo aos fundamentos da produção ecologicamente correta.
Cabe destacar que como resultado deste projeto, o recatigamento, o reflorestamento e a geração de vários empregos, com o envolvimento de aproximadamente 2 mil famílias, que resultarão na produção de 10 milhões de caixas por ano com o faturamento de 80 milhões ano, a partir do 5 ano.
A Rota da Fruticultura Alagoana conta com uma rede de parceiros, estruturada por meio de comitês gestores locais identificados nos polos com a responsabilidade de definir e elaborar os projetos, e integrar as políticas públicas e iniciativas empresariais necessárias para a estruturação da cadeia produtiva em seus territórios, além de acompanhar e avaliar a execução das ações previstas.
Participam do evento aproximadamente 150 famílias de produtores rurais e lideranças da região e de outros municípios, representantes de associações, contando com a presença do Prefeito de Palmeira dos Índios Júlio Cezar, Deputado Federal Marx Beltrão, do Secretário de Estado da Agricultura Maykon Beltrão, Presidente da EMATER João Paulo, Secretários Municipais, Presidente do Fórum de Secretário de Agricultores do estado de Alagoas – FASA, Reitor do IFAL, Carlos Guedes, além de representantes da Embrapa, Ideral e Iteral.
Para o coordenador da Rota da Fruticultura Alagoana, Luciano Monteiro, “o evento será fundamental para dar visibilidade a fruta Umbu cajá e demais frutas produzidas na região, como vem sendo explorada na região, sua capacidade produtiva e de processamento com novos mercados em potencial a serem explorados. Além disso, temos como meta realizar 100 manhas de campo e aproximadamente 50 dias de campo, e 10 intercâmbios entre os Polos da Rota da Fruticultura para se conhecer o potencial de cada região, e promoção e troca de experiências”.
Essa ação será fundamental para divulgar o processo de organização dos produtores, com base no Umbu Cajá e demais SPONDIAS, e as estratégias que assegurem a estruturação de um polo de fruticultura agroecológico, economicamente viável e integrado em Alagoas, estruturado com agroindústria de beneficiamento de frutas, central de produção de mudas e a instalação de uma cadeia produtiva sistematizada e institucionalizada. Tudo isso dentro de um contexto sustentável que possibilite a geração de empregos, renda e produtos saudáveis ao mercado, além de incentivar o turismo rural.
Histórico
A Cooperativa Agropecuária Regional de Palmeira dos Índios – CARPIL, cooperativa fundada a mais de 40 anos, tem 23 anos de experiência com intercâmbio tecnológico de jovens, mulheres, lideranças, produtores rurais e técnicos, com a Coopavel do Paraná, na perspectiva de integrar e desenvolver conhecimento tecnológico entre os produtores rurais do Nordeste com o Sul, especialmente tendo como suporte a consolidação das Cadeias Produtivas Frutícolas e a geração de novas oportunidades de negócios.Desde 1997, promove o intercâmbio da “Rota do Conhecimento”, com foco na troca de experiências e de inovações tecnológicas de técnicos, agricultores familiares, trabalhadores rurais e cooperados dos estados da região Nordeste.
A Carpil está sediada em Palmeiras dos Índios e foi constituída em 9 de Agosto de 1979, por 76 agricultores. Atualmente com pouco mais de 2.600 cooperados, tem parceria com os poderes público e privado.