Justiça é acionada por grupo Gay para obrigar Seleção Brasileira usar a camisa 24 neste sábado na decisão da Copa América
A polêmica da falta da camisa 24 na Seleção Brasileira segue repercutindo judicialmente e teve um novo capítulo nesta quarta-feira, quando foi protocolado um pedido que, caso seja aceito, obriga o volante Douglas Luiz a mudar sua camisa 25 para a 24, mesmo ficando no banco de reservas. A informação foi publicada pelo ‘Esporte News Mundo’.
– (O pedido busca) determinar que o time da Seleção do Brasil, no confronto com o time na final contra a Argentina nesta sábado às 21h no Maracanã, substitua a camisa de número 25 do segundo réu Douglas Luiz Soares de Paulo pela de número 24, estando este escalado no time titular ou mesmo no quadro reserva no banco – diz trecho do pedido. A ação ainda estipula uma multa no valor de 5% da premiação dada ao campeão caso a CBF descumpra o pedido.
“Considerando, conforme demonstrado nesta Ação, a capacidade financeira da primeira ré (CBF), que, somente por estar no torneio da Copa América receberá da CONMEBOL, US$ 4 milhões (aproximadamente R$ 23 milhões) e US$ 10 milhões (aproximadamente R$ 57 milhões) caso seja campeã, seja fixada uma multa de R$ 460.000,00 (quatrocentos e sessenta mil) pelo descumprimento, o equivalente a 5% do valor relativo à participação da mesma”, diz outro trecho.
O pedido já havia sido feito na semifinal entre Brasil x Peru, mas como não houve tempo hábil para análise da Justiça antes do jogo, que foi realizado na segunda-feira (5), a ação perdeu objeto, ou seja, não pôde ser analisado. Com isso, o pedido foi refeito para a final da Copa América.
Na última semana, a CBF cumpriu decisão judicial solicitada por um grupo LGBTQIA+, e explicou o motivo de não ter um camisa 24, mesmo contando com 24 jogadores em numeração ordinal, do 1 ao 23, pulando o 24, e com o meia Douglas Luiz usando a 25. A entidade afirmou que a decisão foi por opção tática e de escolha pessoal do jogador.
“(A decisão foi tomada) em razão de sua posição (meio campo) e por mera liberalidade optou-se pelo número 25. (…) Como poderia ter sido 24, 26, 27 ou 28, a depender da posição desportiva do jogador convocado: em regra, numeração mais baixa para os defensores, mediana para volantes e meio campo, e mais alta para os atacantes”, disse a entidade.
A ação foi apresentada pela ONG Grupo Arco Íris de Cidadania LGBT, que fez cinco questionamentos a serem respondidos (veja aqui). A coletivo LGBTQIA+ apontou o preconceito com o número 24 causado pela associação ao animal veado no jogo do bicho como um possível motivo.
“O fato da numeração da seleção brasileira pular o número 24, considerando a conotação histórico cultural que envolta esse número de associação aos gays, deve ser entendido como uma clara ofensa a comunidade LGBTI+ e como uma atitude homofóbica”, diz o grupo na petição enviada no inicio do mês.