Libido baixa? Conheça possíveis causas e como aumentar o desejo

Manter a libido alta pode ser uma tarefa mais complexa na prática do que na teoria, uma vez que o desejo sexual é afetado por uma mistura de fatores biológicos, psicológicos, sociais e ambientais.

A pandemia de Covid-19 e suas consequências contribuíram para que muitas pessoas se vissem sem desejo sexual. O isolamento aumentou o estresse, a ansiedade e intensificou os casos de depressão. Também propiciou o crescimento de episódios de discórdia entre pessoas que vivem juntas e passaram a conviver mais.

A médica Eloisa Pinho, ginecologista e obstetra da Clínica GRU, explica que a baixa libido se dá quando há mínimo ou nenhum interesse e desejo sexual, enquanto a alta libido ocorre quando há forte interesse e desejo sexual frequente. No entanto, não existe uma régua para definir o apetite sexual.

“Cada pessoa provavelmente mede seu nível de impulso com base no que considera ser seu ‘normal’. Uma vez por semana pode ser normal para uma pessoa, enquanto todos os dias pode ser normal para outra”, explica a médica.

Costumam ser relacionados à perda de libido feminina: estresse e depressão, uso de anticoncepcional, ciclo menstrual, doenças ginecológicas, menopausa e transtorno do desejo sexual hipoativo. A ginecologista explica como cada um desses fatores interfere no nosso cotidiano e dá dicas para contornar a situação.

Depressão

A depressão é apontada como uma das principais causas da redução do desejo sexual porque é acompanhada por problemas como estresse, ansiedade e baixa autoestima. Além disso, alguns medicamentos antidepressivos podem desequilibrar os níveis hormonais. Por isso, o acompanhamento psicológico é fundamental no tratamento.

Anticoncepcional

Para as mulheres, as pílulas anticoncepcionais de estrogênio e progesterona podem atrapalhar e diminuir significativamente a produção de testosterona, um hormônio que está diretamente relacionado ao estímulo da libido. Por isso, não é incomum que algumas mulheres apresentem efeitos colaterais provocados pelo método contraceptivo, principalmente nos primeiros meses.

A ginecologista esclarece, no entanto, que o efeito do medicamento pode variar para cada mulher. Em alguns casos a paciente pode, inclusive, relatar se sentir mais ativa sexualmente por estar protegida contra uma gravidez.

Ciclo menstrual

O desejo sexual feminino oscila junto com o ciclo menstrual. Durante a ovulação, muitas mulheres sentem o aumento da libido, pois é a maneira do organismo estimular que a mulher permaneça sexualmente ativa no período fértil. Por outro lado, as mulheres podem se sentir menos dispostas em outros períodos do mês.

Doenças ginecológicas

A ginecologista explica que a doença é geralmente causada por fatores psicológicos. Em quadros de vaginismo, os músculos da vagina se contraem involuntariamente, o que causa dor durante as relações sexuais. Consequentemente, a mulher acaba perdendo a vontade de ter relações sexuais, pois a prática passa a ser relacionada à dor.

Menopausa
A menopausa é um processo natural do envelhecimento feminino. Neste período, a produção de testosterona e estrogênio é reduzida, causando uma série de alterações no organismo da mulher. É normal que elas ganhem peso, sofram ressecamento vaginal e sintam desconforto durante as relações sexuais. Essa combinação de fatores pode diminuir o desejo sexual da mulher.
Transtorno do desejo sexual hipoativo
A falta persistente de desejo sexual sem que haja outras causas envolvidas pode ser justificada pelo transtorno do desejo sexual hipoativo. O problema afeta principalmente as mulheres e pode causar sofrimento pessoal e dificuldades no relacionamento e está, geralmente, associado a questões psicológicas.

Como aumentar a libido?

Por não ter uma causa única, o tratamento para recuperar a libido varia para cada pessoa. A ginecologista explica que, quando o problema passa a causar angústia ou problemas persistentes à vida, é recomendado consultar um médico para localizar os motivos que estão interferindo no interesse sexual.

Mas antes, é possível tentar remediar o problema sozinho. Eloisa Pinho recomenda que os pacientes incluam técnicas de atenção plena ou meditação para reduzir o estresse e tentem incorporar novidades à vida sexual, como o uso de brinquedos sexuais. Outro conselho é buscar o maior conhecimento do corpo com a masturbação.

“A novidade pode ajudar a despertar a excitação e o desejo sexual”, explica. “A masturbação melhora a libido, alivia dores relacionadas à menstruação (como cólicas), fortalece o sistema imunológico e até ajuda a exercitar os músculos da região pélvica, prevenindo assim o surgimento de incontinência urinária. Durante a masturbação também são liberados hormônios como a endorfina, que promove bem-estar, melhora o sono e reduz os níveis de estresse”, afirma a ginecologista.

Outras sugestões são: dormir de sete a oito horas por noite, tomar banho de sol diariamente (20 minutos são suficientes), praticar exercícios físicos regularmente, investir em uma dieta balanceada e reservar tempo para o sexo.

 

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