Em relação a 2019, houve uma alta de 2%, mas a violência contra as mulheres cresceu em níveis mais alarmantes no Centro-Oeste (14%) e no Norte (37%). Nordeste (+3) e Sudeste (-3) apresentaram pequenas variações. No Sul, houve queda de 14%.
De acordo com o levantamento, em Alagoas, uma mulher é assassinada por sua condição a cada 100 mil habitantes. O estado fica atrás, apenas, do Mato Grosso, Roraima, Mato Grosso do Sul e Acre, ficando à frente de todos os outros estados do Nordeste.
Com relação aos registros oficiais de feminicídios no Brasil, Alagoas teve 35 mortes de mulheres em 2020, 9 a menos que 2019 e 15 a mais que o ano de 2018.
Dados Brasil
Os números mostram que a violência contra a mulher tem trilhado uma trajetória de alta —o feminicídio cresceu 8% de 2018 para 2019, de acordo com dados atualizados—, apesar do endurecimento da legislação em anos recentes. E o cenário pode ser ainda pior, já que não há padronização na coleta, análise e divulgação das informações por parte de alguns estados.
Dos 13 estados que registraram aumento da violência contra as mulheres em 2020, 12 são do Norte, Centro-Oeste ou Nordeste. Apenas Minas Gerais (alta de 4%) está fora desse grupo.
Dos estados que historicamente têm grande número de feminicídios, o Mato Grosso, governado por Mauro Mendes (DEM), teve expressivo aumento em 2020, 59%. É também onde, proporcionalmente à sua população, mais mulheres são mortas por sua condição de gênero.
Entre as unidades da federação onde houve redução dos registros, destaque para Distrito Federal (-47%), Rio Grande do Norte (-38) e Sergipe (-33%). Em relação ao tamanho da população, Ceará e Rio Grande do Norte foram os que tiveram, em 2020, o menor índice de mulheres mortas a cada 100 mil habitantes.
Levantamento Datafolha
Segundo pesquisa do Instituto Datafolha encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e divulgada nesta segunda-feira (7), Uma em cada quatro mulheres acima de 16 anos afirma ter sofrido algum tipo de violência no último ano no Brasil, durante a pandemia de Covid.
Isso significa que cerca de 17 milhões de mulheres (24,4%) sofreram violência física, psicológica ou sexual no último ano. A porcentagem representa estabilidade em relação à última pesquisa, de 2019, quando 27,4% afirmaram ter sofrido alguma agressão.
*Com Gazeta Web