Biden chama violência com armas de fogo nos EUA de ‘vergonha nacional’
O presidente americano Joe Biden disse nesta sexta-feira (16) que a violência com armas de fogo nos Estados Unidos é uma “vergonha nacional”.
“Isso tem que acabar. É uma vergonha nacional”, disse Biden.
O presidente americano fez o comentário durante uma entrevista coletiva com o primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga, um dia depois que um atirador abriu fogo e matou 8 pessoas em Indianápolis.
O ataque de quinta-feira (15) foi o sétimo ataque em um mês nos EUA, desde 16 de março, que deixaram mais de 40 mortos e dezenas de feridos em sete ataques:
- 12 de abril — Tenessee: Quatro pessoas foram mortas em uma escola de ensino médio em Knoxville. Aluno foi baleado e morto após abrir fogo contra policiais, e um agente ficou ferido.
- 7 de abril — Carolina do Sul: Ex-jogador de futebol americano matou 6 pessoas a tiros e tirou a própria vida. Entre as vítimas estão um médico, sua mulher e dois netos, que estavam em casa.
- 8 de abril — Texas: Uma pessoa foi morta após atirador abrir fogo em uma loja de móveis em Bryan. Criminoso era funcionário da empresa e foi preso após trocar tiros com policiais.
- 1º de abril — Califórnia: Tiroteio deixou quatro mortos e dois feridos em um prédio comercial ao sul de Los Angeles. Uma das vítimas era uma criança.
- 22 de março — Colorado: Atirador abriu fogo em um supermercado em Boulder e deixou 10 mortos, inclusive um policial.
- 16 de março — Geórgia: Tiroteios em três casas de massagem na área de Atlanta deixaram oito mortos, a maioria mulheres asiáticas. Assassino foi preso enquanto viajava em direção à Flórida, onde planejava realizar uma ação semelhante.
Biden tenta restringir acesso a armas
Na semana passada, Biden anunciou medidas para tentar controlar o que chamou de “epidemia de violência com armas de fogo” no país. O presidente americano quer dificultar o acesso às “armas fantasmas”, que podem ser montadas em casa e não têm número de rastreio.
“A violência com armas de fogo neste país é uma epidemia”, disse Biden na ocasião.
O controle das armas de fogo nos EUA é um tema que divide o país, ainda que há décadas os americanos convivam com massacres em escolas e espaços públicos.
Muitos dos defensores do porte de arma recorrem à Segunda Emenda da Constituição americana, que garante o direito de se ter uma arma. Sempre que o governo tenta controlar o acesso a armamentos, lobistas recorrem à Justiça para derrubar a decisão.
O presidente americano insistiu que as medidas apresentadas em 8 de abril, dia dos ataques na Carolina do Sul e no Texas, não infringem a Constituição americana. “Nenhuma emenda da Constituição é absoluta”, afirmou Biden.