Medo de se relacionar pós-pandemia? Você pode sofrer de F.O.D.A

Se tratando de pandemia, o termo F.O.D.A pode parecer apenas um palavrão para descrever o momento atual. Contudo, a sigla, que foi usada pela primeira vez pelo jornal britânico Metro, significa fear of dating again (medo de namorar novamente, em tradução livre).

Autoexplicativa, trata-se da dificuldade das pessoas em voltar a se relacionar com outras do mesmo jeito que antes. A pandemia tem grande peso nisso, uma vez que pesquisas apontam que o período de isolamento social e restrições afetou diretamente a capacidade de comunicação.

Após um ano mal saindo de casa e evitando contato físico até mesmo com parentes e amigos próximos, muitas pessoas se sentem “fora de forma” para buscar relacionamentos e interagir cara a cara com alguém.

Ainda que não seja regra, o urologista e sexólogo Danilo Galante afirma que o F.O.D.A pode vir a atrapalhar a vida sexual. “Se as pessoas têm receio de se mostrar ao vivo, ter um relacionamento real e não virtual, a parte sexual vai ser afetada”, explica.

E mesmo com a masturbação – que é uma grande aliada no alívio do tesão acumulado -, o médico garante que o ser humano precisa de interação com outros e que as relações sexuais não podem ser substituídas por ela.

“A masturbação é uma forma sexual de se conhecer, se entender, perceber o que causa prazer a si próprio, mas não é uma resolução”, afirma.

Pandemia: culpada?

Apesar de toda a situação atual, Danilo não credita o medo das pessoas de saírem do virtual apenas à pandemia. Para ele, o coronavírus veio parar piorar uma situação que já existia há alguns anos.

“As redes sociais mudaram completamente a forma com que as pessoas paqueram. As relações ficaram mais impessoais, distantes e até mesmo falsas. Nas redes, as pessoas mostram apenas um recorte feliz de suas vidas. Sem contar com os filtros, que muitas vezes distorcem até suas aparências reais”, diz.

E esse formato de interação pode, por si só, estragar as chances de um novo relacionamento dar certo – seja ele mais sério ou puramente sexual. “A chance de uma relação que começa de forma superficial, rasa e impessoal dar errado é altíssima”, explica.

Contudo, o especialista não acredita que o F.O.D.A seja algo permanente pós-pandemia. “Eu acho que, eventualmente, as pessoas que adquiriram esse medo por conta da pandemia vão voltar a ter relações normais”, finaliza.

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