Bolsonaro diz que há “zero problema” com presidente da Câmara

Após reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) negou atritos entre os dois e disse que são empreendidos esforços para garantir a aquisição de mais vacinas contra a Covid-19.

“Olha, eu conversei com o Lira, não tem problema nenhum entre nós. Zero problema, tá? Zero. Conversamos sobre muitas coisas? E o que nós queremos, juntos, é buscar maneiras de contratarmos mais vacinas. É na ponta da linha fazer com que chegue as informações que as vacinas estão sendo, realmente, aplicadas. É isso que nós queremos”

Após reunião no Palácio do Planalto, o presidente levou Lira pessoalmente até o carro do presidente da Câmara. Os dois se deram um abraço. O senador Ciro Nogueira, presidente do PP, e os ministros Fábio Faria (Comunicações) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) também acompanharam.

“Nunca teve nada errado entre nós. Nunca teve nada errado entre nós. Sou um velho amigo de parlamento, torci por ele e o governo continua tudo normal”, afirmou.

“Sinal amarelo”

Em pronunciamento em Plenário na quarta-feira (24/3), o presidente da Câmara apontou que a Câmara fará seu papel de aprovar leis para minimizar a crise na saúde, mas que não ficará alienada ao comportamento dos demais representantes do país. Ele chegou a falar de “sinal amarelo” para pessoas do governo que comentarem erros “primários e desnecessários”.

“Como presidente da Câmara dos Deputados, quero deixar claro que não ficaremos alienados aqui, votando matérias teóricas, como se o mundo real fosse apenas algo que existisse no noticiário. Estou apertando hoje um sinal amarelo para quem quiser enxergar: não vamos continuar aqui votando e seguindo um protocolo legislativo com o compromisso de não errar com o país, se, fora daqui, erros primários, erros desnecessários, erros inúteis, erros que que são muito menores do que os acertos cometidos continuarem a serem praticados.”

Pressão pela saída de Ernesto Araújo

Lira também endureceu a fala em relação à política externa brasileira, conduzida pelo ministro Ernesto Araújo, e apontou que não serão tolerados erros em relação a países estratégicos no fornecimento de vacinas e insumos médicos.

“Pandemia é vacinar, sim, acima de tudo. Mas, para vacinar, temos de ter boas relações diplomáticas, sobretudo com a China, nosso maior parceiro comercial e um dos maiores fabricantes de insumos e imunizantes do planeta. Para vacinar, temos de ter uma percepção correta de nossos parceiros americanos e nossos esforços na área do meio ambiente precisam ser reconhecidos, assim como nossa interlocução”, disse Lira.

Nesta quinta-feira, após ser questionado sucessivas vezes sobre a possibilidade de demissão do chanceler, o presidente Bolsonaro não respondeu.

O encontro entre as duas autoridades não estava previsto na agenda oficial de nenhum dos dois.

 

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