Polícia indicia técnica de enfermagem que não aplicou vacina contra Covid-19 em idosa em Maceió
A Polícia Civil indiciou pelo crime de infração de medida sanitária a técnica de enfermagem que não aplicou a vacina contra a Covid-19 em uma idosa, em Maceió. O indiciamento foi confirmado, nesta terça-feira (23), pelo delegado Antônio Edson. O Ministério Público vai decidir se denuncia ou não a profissional de saúde.
Família denuncia que idosa não recebeu dose de vacina contra a Covid-19 em Maceió
O caso ocorreu em janeiro, durante vacinação contra o coronavírus em idosos de 85 anos em Maceió. Um vídeo divulgado pela família da idosa mostra que a técnica de enfermagem não aplicou o líquido da seringa. A família denunciou o caso e a profissional foi afastada do cargo (veja o vídeo acima).
Crime de infração de medida sanitária preventiva significa que a técnica infringiu determinação do poder público, destinada a impedir a introdução ou propagação de doença contagiosa, segundo o artigo 268 do Código Penal.
O titular da Delegacia dos Crimes Contra a Ordem Tributária e Administração Pública (Deccotap), delegado Antônio Edson, ficou responsável pelas investigações.
De acordo com o delegado, o inquérito foi concluído depois que foram ouvidos os familiares da idosa, a cuidadora dela, que foi uma testemunha que presenciou o fato, a técnica de enfermagem e colegas de trabalho. Também foram utilizados o vídeo e o laudo pericial realizado na seringa que a profissional usou.
Ainda segundo o delegado, a técnica de enfermagem relatou em seu depoimento que não aplicou a vacina porque se distraiu no momento da aplicação.
O inquérito foi enviado ao Ministério Público Estadual (MPE) e caberá ao órgão decidir que a profissional de saúde será denunciada. A pena de detenção pode chegar de um mês a um ano, mas como ela é funcionária da saúde pública, pode pegar 3 anos de prisão.
Em fevereiro, o MP pediu para que Polícia Civil investigasse se a profissional não tinha aplicado a vacina e se tinha cometido algum crime.
Dois dias depois, peritos criminais do Instituto de Criminalística de Alagoas (IC) confirmaram que o êmbolo do instrumento não apresentava nenhum defeito e que a técnica de enfermagem não tinha aplicado a vacina.
O G1 aguarda respostas da prefeitura e do Conselho Regional de Enfermagem (Coren-AL) sobre processos administrativos que estão sendo realizados para apurar conduta da profissional.