Alagoas pode registrar falta de leitos de UTI de Covid-19 até o fim desta semana, aponta levantamento

Ilustração

A segunda onda de Covid-19 em Alagoas deve atingir, ainda nesta semana, o pico registrado na primeira onda, nos primeiros seis meses de 2020. Os dados são do levantamento divulgado nesta segunda-feira (22) pelo Observatório Alagoano de Políticas Publicas para o Enfrentamento da Covid-19 (OAPPEC).

Segundo o Observatório, se mantiver o padrão atual de ocupação hospitalar, Alagoas pode registrar falta de leitos de UTI até o fim desta semana.

Na 11ª Semana Epidemiológica de 2021, de 14 a 20 de março, foram confirmados 6.751 casos e 134 óbitos pela doença no estado, aumentos de 44% e 23%, respectivamente, em relação à semana anterior.

“Alagoas continua registrando tendência de alta na transmissão do novo coronavírus, que têm causado um forte crescimento na ocupação hospitalar, fazendo com que a taxa de ocupação dos leitos de UTI da rede pública alagoana ultrapassasse 90% no início da semana”, dizem os pesquisadores em um trecho do levantamento.

As maiores incidências de casos e óbitos para cada 100 mil habitantes foram registradas em Arapiraca, Maceió e na 5ª Região Sanitária, que é formada por municípios da Zona da Mata. Os pesquisadores ressaltaram que a 5ª Região Sanitária registrou um rápido aumento de quase 100% no número de casos ao longo da semana.

Na 10ª Região Sanitária, que abrange parte do Sertão, o número de casos e óbitos já superou os do primeira onda da doença.

O índice de reprodução do vírus no estado apontando um crescimento nas infecções para as próximas semanas.

Os números da ocupação hospitalar também confirmam a gravidade do atual cenário da pandemia em Alagoas. A ocupação de leitos de UTI chegou a mais de 90%. Com a ampliação de 40 novos leitos, a taxa caiu para 81%, mas já retornou para 86%.

Projeções feitas pelo Observatório com base em dados fornecidos pela Secretaria de Estado de Saúde (Sesau) mostram que Alagoas pode atingir 100% de lotação de leitos ainda no final desta semana. O limite superior de projeções aponta que a demanda pode chegar a 372 leitos na próxima sexta-feira (26), acima da capacidade instalada, que é 366 leitos de UTI.

Os pesquisadores reforçam a importância da medida de restrição de circulação de pessoas.

“Considerando as evidências de descontrole apontadas pelos indicadores discutidos acima, em particular o aumento exponencial na ocupação dos leitos de UTI, a redução da circulação de pessoas é essencial para o controle da transmissão que levará a reversão da alta observada no conjunto de indicadores”, diz outro trecho do levantamento.

“Os próximos dias irão indicar se as medidas implementadas a partir do último dia 19 serão suficientes para reduzir a circulação de pessoas e suficientes para controlar a transmissão do novo coronavírus em Alagoas, reduzindo a incidência de casos e óbitos, evitando o colapso do sistema hospitalar”, diz outra parte do relatório.

Participação da sociedade e rigor no cumprimento do decreto

“Por fim, ressaltamos que tais estratégias só serão eficazes com a colaboração de toda a sociedade e a coordenação intermunicipal do combate para uma melhor padronização de estratégias no território alagoano que dará mais credibilidade e eficiência da ação estatal. O cumprimento com rigor de todas as determinações previstas no último decreto é condição essencial para a mudança de tendência nas próximas semanas. Caso contrário, novas medidas de supressão deverão ser anunciadas para que não presenciemos o colapso do sistema de saúde alagoano”.

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