Após 7 meses, Alagoas volta a registrar mais de 100 mortes por Covid-19 em uma semana

Alagoas voltou a ultrapassar a marca de 100 mortes por Covid-19 em uma semana, situação que não era registrada desde o início de agosto de 2020. Com a piora desse e de outros indicadores da pandemia, pesquisadores recomendam que o poder público adote medidas de ampliação do distanciamento social mais rígidas que a do atual decreto estadual de emergência.

O alerta consta no relatório do Observatório Alagoano de Políticas Públicas para o Enfrentamento da Covid-19, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), divulgado nesta segunda-feira (15).

“Considerando que não há evidências de controle da transmissão do novo coronavírus e que a ocupação da rede hospitalar continua aumentando, entendemos que novas medidas de ampliação do distanciamento social devem ser planejadas e implementadas pelo poder público, a fim de evitar o aumento de casos que implicará no aumento da pressão do sistema de saúde, que poderá acarretar seu colapso”, dizem trecho do documento.

Na 10ª Semana Epidemiológica de 2021, que foi de 7 a 13 de março, o estado registrou aumento de 21% no número de novos casos e de 30% no de óbitos, na comparação com as duas últimas semanas.

As maiores incidências de casos de Covid-19 foram registradas em Arapiraca, Maceió e na 10ª Região Sanitária, que é composta pelos municípios de Água Branca, Delmiro Gouveia, Inhapi, Mata Grande, Olho d’Água do Casado, Pariconha e Piranhas. As incidências foram de 259, 224 e 70 casos para cada 100 mil habitantes, respectivamente.

“No atual contexto, em que há expectativa de aceleração do processo de vacinação nas próximas semanas, é fundamental que cada indivíduo entenda e cumpra seu papel. Essa consciência, somada ao auxílio às pessoas que vivem em condições de vulnerabilidade e o apoio a micro e pequenas empresas contribuirão com a efetivação de novas estratégias que ampliem o distanciamento social, fundamental para a redução da transmissão nesse momento”, diz o relatório.

“Quanto mais efetivas forem essas ações, maiores serão as chances de reduzirmos a transmissão em um menor intervalo de tempo, o que, além de evitar mais mortes, possibilitará a retomada de diversas atividades que hoje se encontram paralisadas”, recomendam os pesquisadores.

Taxa de transmissão do novo coronavírus

O número efetivo de reprodução (𝑅𝑡) está estimado em 1,12. Isso significa que cada 100 pessoas com o vírus em Alagoas infectam outras 112. “A expectativa é da continuidade da expansão de casos nas próximas semanas, o que, na sequência, pode resultar no aumento de casos graves e óbitos”, aponta o levantamento do Observatório.

Casos suspeitos

Outro indicador da pandemia que continua subindo em Alagoas é o número de casos suspeitos, que passou de 15 mil durante a 10ª Semana Epidemiológica.

“A alta proporção dos resultados positivos nos exames realizados pelo Lacen evidencia que a incidência de casos de Covid-19 poderia ser bem maior do que a apontada nos boletins oficiais. A título de ilustração, levando em conta que 51% dos exames realizados pelo Lacen na última semana tiveram resultado positivo, teríamos um incremento de aproximadamente 7.500 casos entre os casos confirmados”, diz um trecho do relatório.

Ocupação hospitalar

Taxas de ocupação de leitos de para Covid-19 em Alagoas — Foto: Divulgação/Observatório Alagoano de Políticas Públicas de Enfrentamento da Covid-19

Taxas de ocupação de leitos de para Covid-19 em Alagoas — Foto: Divulgação/Observatório Alagoano de Políticas Públicas de Enfrentamento da Covid-19

De acordo com o último boletim publicado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), nesse domingo (14), a taxa de ocupação de leitos de UTI para Covid-19 chegou a 83%.

“Em outras palavras, existe espaço em UTI para apenas 55 pessoas em todo o estado de Alagoas”, dizem os pesquisadores.

Os membros do Observatório reforçam a necessidade de medidas restritivas mais rígidas.

“A oferta de leitos não está sendo suficiente para conter a taxa de ocupação abaixo do nível recomendado pelo Comitê Científico do Consórcio Nordeste para adoção de medidas mais rígidas para o controle da transmissão”.

G1

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