Mulher mantém corpo da mãe na sala por falta de vaga em cemitério
Uma mulher foi obrigada a manter o caixão com o corpo da mãe morta em sua sala de estar por duas semanas. A situação aconteceu por conta da alta de óbitos causados pela Covid-19 em Palermo, capital da ilha italiana da Sicília, que fez com que todos os cemitérios ficassem com lotação máxima.
Por não ter um jazigo particular, a família foi orientada a manter o corpo em casa até que novas vagas surgissem. De acordo com Giusy, ela e os parentes acreditavam que a situação duraria, no máximo, um ou dois dias.
Porém, após mais de 12 dias convivendo com o caixão da mãe na sala de estar, Giusy começou a se preocupar, uma vez que o cadáver já apresentava avançado estágio de decomposição.
“Achávamos que seria só o tempo suficiente para organizar o enterro”, afirmou. “Mas não havia espaço em lugar nenhum. Você não tem permissão nem para morrer com dignidade nesta cidade.”
Giusy contou à reportagem que a família propôs várias soluções para o impasse, como a possibilidade de armazenar o corpo em outros cemitérios. “Mas fomos informados de que não seria possível devido à situação de emergência”, detalhou. Autoridades locais informaram aos familiares de que há “centenas de caixões” esperando no depósito do cemitério de Palermo e que a falta de túmulos já dura meses.
Para tentar suprir a falta de locais para sepultamentos na cidade, o prefeito de Palermo, Leoluca Orlando, aprovou uma nova medida para retirar caixões antigos e liberar espaço. Agora, corpos enterrados há 25 anos ou mais serão exumados e os restos mortais serão colocados em um ossário ou cremados, de acordo com a vontade dos familiares.