A irmã dela, a médica veterinária Pryscila Andrade, de 31 anos, permanece na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do mesmo hospital particular desde o dia 18 de fevereiro.
“As taxas dela baixaram e o resto da recuperação vai ser em casa. Não vai precisar tomar nenhum remédio, mas precisa beber muito líquido e se hidratar bastante”, afirmou a mãe delas, a empresária Betânia Andrade.
O Hospital Português confirmou a alta de Flávia, mas informou que não vai divulgar boletins com atualizações sobre o estado de saúde de Pryscila porque a família não autorizou. Ao G1, a mãe delas contou sobre o quadro clínico de Pryscila.
“Ela ainda está com o fígado e os rins comprometidos, mas voltou a conseguir movimentar os braços, pois, até então, estava com a musculatura toda travada”, declarou.
Flávia e Pryscila chegaram ao local apresentando mal-estar e dores após a ingestão de peixe da espécie arabaiana comprado no bairro do Pina, na Zona Sul do Recife. A família delas contou ao G1 que os médicos confirmaram, no sábado (20), o diagnóstico de Síndrome de Haff.
Casos investigados no estado
Procurado pelo G1, o Ministério da Saúde afirmou que, “segundo a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco, há informação de nove casos em investigação em 2021” no estado. O governo de Pernambuco, por sua vez, informou que há cinco casos dessa doença rara em investigação.
No fim da tarde da segunda-feira (22), a Secretaria Estadual de Saúde (SES) foi notificada, pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) do Recife, de cinco casos de mialgia aguda, suspeitos para doença de Haff.
A investigação é realizada pela Vigilância Epidemiológica da capital pernambucana, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, com apoio técnico do governo estadual. A SES orientou que as cinco pessoas que consumiram o peixe passem por análises laboratoriais no Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco (Lacen-PE).
Entre 2017 e 2021, Pernambuco registrou 15 casos da ‘doença da urina preta’, sendo dez confirmados (quatro em 2017 e seis em 2020) e cinco em investigação (em 2021).
Causas, sintomas e prevenção
A “doença da urina preta” é uma síndrome de rabdomiólise (ruptura de células musculares) que se caracteriza por ocorrência súbita de extrema dor e rigidez muscular. Ela é causada pela ingestão de pescado contaminado por uma toxina capaz de causar necrose muscular, ou seja, a degradação dos músculos.
Outros sintomas da doença são decorrentes desse quadro, como falta de ar, dormência e perda de força em todo o corpo, além da urina cor de café, associada à elevação da enzima CPK.