O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), se reúnem na manhã desta quinta-feira (18/2) no Palácio da Alvorada. O encontro não constava na agenda de nenhuma das duas autoridades, e a pauta não foi divulgada.
A reunião ocorre após a prisão do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), na terça-feira (16/2), por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Silveira foi preso em flagrante sob alegação de crime inafiançável – o político divulgou um vídeo com ataques a ministros do STF e apologia ao AI-5, instrumento que aprofundou a repressão nos anos mais duros da ditadura militar no Brasil.
Em julgamento na tarde de quarta-feira (17/2), os demais ministros do Supremo chancelaram a prisão de Silveira.
Durante o encontro com Bolsonaro, o presidente da Câmara fez uma publicação no Twitter na qual afirmou que as instituições são permanentes e perenes. “Nesse sentido, não haverá nunca crise entre as instituições, sobretudo quando há a exata compreensão de que elas são maiores do que qualquer indivíduo”, escreveu.
“Como na frase célebre de Churchill, a democracia é a pior forma de governo, com exceção de todas as demais”, finalizou Lira.
Câmara adia decisão
A unanimidade que se formou na quarta-feira (17/2) no STF, convalidando a prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), fez com que deputados da direção da Câmara decidissem esperar pelo menos até o fim desta semana, para tentar evitar a votação da prisão, determinada pela Constituição.
A sessão que estava agendada para a manhã desta quinta-feira foi cancelada, e a Câmara determinou a reativação do Conselho de Ética. Em uma tentativa de ganhar tempo, deve haver mais uma rodada de conversa com os líderes. A expectativa é de que haja alguma modificação da situação por parte do próprio STF, que marcou audiência de custódia do deputado para as 14h30 desta quinta.
Metrópoles