Justiça nega perdão judicial para mãe de menina estuprada e morta em Maravilha, AL
A Justiça negou, nesta quinta-feira (21), o pedido de perdão judicial para a mãe da menina Ana Beatriz ,que foi estuprada e morta por estrangulamento aos 6 anos em Maravilha, no interior de Alagoas, em agosto de 2020. A mãe da criança responde pelo crime de abandono de incapaz. O juiz determinou a realização de julgamento.
O pedido da defesa argumentou que a Justiça considerasse que não houve a intenção da mãe de abandonar a criança. Segundo as investigações, Ana Beatriz estava na rua por volta das 3h da madrugada com a mãe e outras pessoas e o criminoso estava entre elas.
Na época do pedido, a advogada Júlia Nunes explicou o motivo do pedido de perdão judicial.
“Fizemos a defesa dela entendendo que a morte da Beatriz já foi uma penalidade muito grande para a mãe”, disse a advogada e presidente da Associação AME.
Porém, o juiz André Gêda entendeu que não houve comprovação por parte da defesa “por meio das provas cabíveis, que a autora não tinha a intenção de abandonar a vítima, de modo que é incabível o reconhecimento da absolvição sumária”.
O juiz determinou que a mãe de Ana Beatriz vá a julgamento.
“Sendo assim, não há o que se falar em reconhecimento do perdão judicial e a consequente extinção da punibilidade. Desta feita, a medida mais prudente, no sentido de alcançar a verdade real, é a realização de audiência de instrução e julgamento, com intuito de que novas provas, eventualmente produzidas, possam auxiliar no convencimento desse Juízo”, disse em sua decisão.
Crime no Sertão de Alagoas
Ana Beatriz sumiu de casa no dia 5 de agosto de 2020. No dia seguinte, o corpo dela foi encontrado dentro de um saco em cima do telhado da casa onde o acusado morava. Ele era vizinho da vítima e foi preso no mesmo dia do crime.
Em depoimento, ele relatou que não lembrava de nada porque estava sob efeito de drogas. O homem foi autuado por homicídio, sequestro e cárcere e estupro de vulnerável.