Aumento na demanda por leitos de UTI demonstra agravamento da pandemia em Alagoas, aponta pesquisa

Após meses de queda na demanda por leitos de UTI para Covid-19, as últimas semanas em Alagoas registraram aumento no número de pacientes precisando desse tipo de leito na rede pública. Esse aumento na demanda demonstra o agravamento na situação da pandemia no estado. A análise foi divulgada no relatório mais recente do Observatório Alagoana de Políticas Públicas para Enfrentamento da Covid-19, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

“Mesmo com o aumento da oferta de leitos de UTI pelo sistema público de saúde, a taxa de ocupação vem subindo desde o início de novembro, quando estava abaixo de 40%. Nesse cenário, mesmo com todos os esforços evidados pelas autoridades, a taxa de ocupação desses leitos subiu significativamente nas últimas semanas, o que é mais uma demonstração do agravamento da situação”, disseram os pesquisadores em um trecho do relatório.

O aumento foi tão significativo, que o governo estadual precisou aumentar a oferta desses leitos. No dia 14 de novembro, o governador Renan Filho (MDB) inaugurou 25 leitos de UTI no Hospital da Mulher, em Maceió. Em novembro de 2020, o governo chegou a desmontar leitos para Covid-19 por causa da baixa na demanda, mas na época não descartou a reativação em caso de alta.

Até essa terça-feira (19), o estado contava com 224 leitos de UTI na rede pública para pacientes com Covid-19.

E não foi só em Maceió que a taxa de ocupação de leitos de UTI para Covid-19 aumentou. Os municípios de Arapiraca, Penedo e Santana do Ipanema registraram no último domingo (17) taxas de ocupações de UTI para pacientes com Covid-19 de 67,5%, 71% e 100%, respectivamente. O limite de segurança recomendado por especialistas é de 70% de ocupação.

No relatório do Observatório, os pesquisadores constatam que ao final da segunda semana epidemiológica de 2021, que foi de 10 a 16 de janeiro, Alagoas continuou apresentando descontrole na transmissão do novo coronavírus.

Foram registrados 2.859 novos casos e 58 óbitos nessa 2ª Semana Epidemiológica do ano. O aumento foi de 4% no número de casos e 14% no de óbitos, em relação à semana anterior.

O número de casos suspeitos também seguiu alto. Segundo o Observatório, essa situação é “resultado dos gargalos nas políticas de testagem que afetam o reconhecimento do atual estágio da pandemia e o estabelecimento de ações de controle”.

Depois de semanas com Maceió registrando o maior número de casos, a capital e o interior apresentaram praticamente a mesma incidência de casos na 2ª Semana Epidemiológica. “O que pode ser interpretado como uma mudança de comportamento, semelhante ao ocorrido na primeira onda quando a incidência de casos no interior ultrapassou à de Maceió em maio”.

Maceió e Arapiraca foram as regiões que registraram maior incidência de casos na 2ª Semana Epidemiológica para cada 100 mil habitantes, iguais a 140 e 144 casos para cada 100 mil habitantes.

Os pesquisadores voltaram a alertar sobre a necessidade da população continuar com as medidas de controle contra o novo coronavírus.

“Reforçamos a importância da continuidade da adoção das medidas de controle, como higienização das mãos, uso da máscara e distanciamento social, que deverão nos acompanhar nos próximos meses até que tenhamos uma imunidade coletiva”.

G1

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