Jovem negro diz que foi agredido e acusado de furto quando tentava comprar celular em supermercado em Maceió

Um jovem negro de 19 anos prestou um boletim de ocorrência contra o supermercado GBarbosa, em Maceió. Ele contou que foi à unidade da Feirinha do Tabuleiro na manhã de sábado (21) com R$ 1.090 para comprar um celular, mas quando estava escolhendo o aparelho foi acusado de ter furtado outro celular em um dia anterior e foi levado para uma sala, onde foi agredido por aproximadamente duas horas e obrigado a gravar um vídeo confessado o crime que não cometeu.

A vítima, que preferiu não se identificar, contou que só foi liberada depois que a Polícia Militar chegou ao local e constatou que ele não havia cometido nenhum crime. O boletim de ocorrência foi realizado na tarde desse sábado. O jovem também passou por exame de corpo de delito no Instituto de Medicina Legal de Maceió (IML) e aguarda resultado.

“Eu saquei R$ 1.200 do auxílio emergencial na CAIXA e fui com R$ 1.090 no bolso para o GBarbosa da Feirinha do Tabuleiro para comprar um celular. Quando eu estava lá chegou um homem e pegou na minha cintura por trás dizendo que era policial e que eu já tinha roubado um celular lá. Ele me levou para uma salinha e me agrediu, bateu muito na minha cabeça, colocou um saco na minha cabeça. Não estava só ele na sala, mas ninguém fez nada. Depois que a PM chegou, ninguém me pediu desculpa e nem falou nada”, contou.

O jovem enviouo boletim de ocorrência e um documento que mostra que ele foi submetido a exame de corpo de delito no IML.

“Relata a vítima que no dia de hoje foi ao GBarbosa/Ferinha do Tabuleiro para comprar um celular, quando estava olhando o celular, chegou um homem dizendo-se ser policial e o levou para uma sala, que lá agrediu o mesmo fisicamente, filmaram ele e mandaram ele dizer que tinha furtado um celular no GBarbosa, que a vítima com medo de sofrer mais agressões confessou que foi ele”, diz o boletim de ocorrência.

O advogado Basile Christopoulos está representando a vítima e falou sobre o caso.

“Foi um caso bárbaro. Um jovem que aos 19 anos foi comprar um celular no supermercado GBarbosa da Feirinha do Tabuleiro e aí foi abordado por alguém que se dizia policial e sofreu agressões. Colocaram um saco na cabeça dele, foi espancado violentamente. Ele fez um exame de corpo de delito no IML, fez um boletim de ocorrência para punir aqueles que o torturaram e praticaram essa violência física, como também indenização do ponto de vista civil, porque foi uma violência muito triste. A família está muito abalada com a situação toda que ocorreu”, disse.

G1

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