Barracas são demolidas na orla da Barra de São Miguel, AL

Barracas localizadas na orla da Barra de São Miguel, no Litoral Sul de Alagoas, começaram a ser demolidas na manhã desta terça-feira (17). De acordo com os proprietários, 12 foram derrubadas até o momento, seguindo determinação da Secretaria do Patrimônio da União (SPU), sob alegação de que as construções são irregulares.

A demolição das barracas teve início por voltas das 7h. A Polícia Militar e a Polícia Federal foram acionadas para garantir a segurança dos trabalhadores e dos empresários.

A presidente da Associação dos Bares e Restaurantes da Orla Marítima do Niquim, Eliane da Silva, disse que os barraqueiros foram pegos de surpresa.

“Nós perdemos hoje, primeiramente, a nossa dignidade, as madeiras, as telhas e os vidros caríssimos. Está todo mundo assistindo, alguns até choraram. Não sabemos o que fazer”, disse a presidente.

Moradores e comerciantes assistem a demolição de barracas na orla da Barra de São Miguel, em Alagoas — Foto: Pedro Ribeiro/Arquivo pessoal

Moradores e comerciantes assistem a demolição de barracas na orla da Barra de São Miguel, em Alagoas — Foto: Pedro Ribeiro/Arquivo pessoal

Segundo a presidente, as barracas estavam fechadas, mas os barraqueiros tinham a expectativa de reabertura, devido a um acordo feito com a prefeitura.

“A gente fez um acordo no dia 8 de março para esse ano tentar desocupar. Nessa questão da desocupação foi ano político, então o prefeito se reuniu várias vezes comigo e com a associação, dizendo que ia segurar, que ia rever. E ele podia fazer isso, ele pode, pois ele aderiu a lei da SPU para tomar conta da orla, só que ele não quis”, afirmou Eliane.

O prefeito da Barra de São Miguel, José Medeiros Nicolau, o Zezeco (MDB), disse que a ação é exclusivamente da SPU. “Tínhamos uma decisão e todos estavam cientes. A prefeitura não é parte do processo, apenas fomos comunicados da ação. A reunião que aconteceu foi para tentar mais prazo, porém não foi aceito”.

Em março deste ano, 13 barracas da orla foram fechadas, quando o prazo do acordo feito entre os barraqueiros, a Secretaria do Patrimônio da União (SPU), a Advocacia-Geral da União (AGU) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) terminou. Na ocasião, os proprietários protestaram contra a ação de derrubada.

O morador Maciel Albuquerque Santos ficou indignado com a decisão.

“O pessoal estava se preparando para trabalhar. Eles achavam que poderiam cumprir pelo menos essa temporada, e foram surpreendidos com a demolição. Não receberam nenhum aviso prévio”, lamentou.

Proprietários tentam recuperar alguns pertences após demolição das barracas — Foto: Maciel Albuquerque/Arquivo pessoal

Proprietários tentam recuperar alguns pertences após demolição das barracas — Foto: Maciel Albuquerque/Arquivo pessoal

Proprietários das barracas não foram avisados sobre demolição — Foto: Maciel Albuquerque/Arquivo pessoal

Proprietários das barracas não foram avisados sobre demolição — Foto: Maciel Albuquerque/Arquivo pessoal

 

 

 

G1

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