Anvisa: testes da vacina de Oxford seguem, apesar da morte de brasileiro

Hugo Barreto/Metrópoles

O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, o contra-almirante Antonio Barra Torres, informou que, apesar da morte de um brasileiro voluntário nos estudos da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford e pelo laboratório Astrazeneca, os testes não serão interrompidos.

Segundo Torres, a Anvisa foi comunicada sobre a morte na segunda-feira (19/10).

“No dia 19 de outubro tivemos a comunicação oficial, conforme reza o protocolo, por parte do Comitê Internacional Independente, retratando o ocorrido e, ao mesmo tempo, relatando a possibilidade de prosseguimento dos estudos, diferentemente, do que aconteceu no episódio anterior em que houve uma interrupção. De posse dessa informação, ela permanece em contínua análise e, no momento, os testes prosseguem”, disse Barra Torres.

O óbito foi confirmado na última quinta-feira (15/10) e seria do médico recém-formado João Pedro Feitosa, de 28 anos, morador do Rio de Janeiro.

No início de setembro, o estudo clínico da fase 3 da vacina foi temporariamente suspenso devido a uma reação adversa em um dos voluntários no Reino Unido. Nesse caso, os testes foram interrompidos em todos os centros que participam do pesquisa, inclusive o Brasil. Dias depois, a pesquisa foi retomada, após conclusão da Anvisa de que a relação benefício/risco se mantinha favorável.

Barra Torres alegou confidencialidade dos dados ao ser questionado se o voluntário havia tomado doses da vacina ou do placebo, ou seja, sem nenhum efeito. Ele também prestou condolências aos familiares do brasileiro.

“Primeiramente a nossa palavra pessoa e institucional de solidariedade para com a família desse brasileiro que faleceu. É um momento muito difícil, muito delicado, e portando, nos solidarizamos com a família”, disse.

“Segundo ponto, o desenvolvimento vacinal e o protocolo que há entre os seus signatários está previsto uma confidencialidade ética em relação a tudo que envolve os voluntários participantes de testes, dada a escassez, pelo menos neste momento, de maiores detalhes.

Ao todo, o Brasil participa dos testes das doses de Oxford com 10 mil voluntários. Muitos já haviam recebido a segunda e última dose do imunizante antes mesmo do anúncio da suspensão temporária dos testes nos quatro países envolvidos por problemas com a segurança do imunizante.

No Brasil, esse estudo é coordenado pelo Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais da Universidade Federal de São Paulo (Crie/Unifesp).

Os ensaios clínicos da Oxford/AstraZeneca incluem voluntários de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte.

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