Polícia Federal pede inclusão de André do Rap na lista de procurados da Interpol
A Polícia Federal pediu a inclusão do traficante André Oliveira Macedo, o André do Rap, considerado um dos chefes do PCC, facção que atua dentro e fora dos presídios, na lista de procurados da Interpol. A Polícia Federal considera que o traficante fugiu do Brasil.
André do Rap desapareceu depois de ter sido solto no sábado (10), com autorização da Justiça.
O delegado Fabio Lopes, chefe da operação que prendeu André do Rap em 2019, e o promotor Lincoln Gakiya, também responsável pelo caso, afirmam que será muito difícil conseguir prender o traficante novamente.
Desde a tarde de sábado, policias realizam uma força-tarefa para encontrar André do Rap. As investigações apontam que ele viajou em um jatinho particular para o Paraguai.
“Impossível não é, mas vai ser difícil”, afirma Lincoln Gakiya, promotor de justiça do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco).
André deixou a Penitenciária de Presidente Venceslau, no interior paulista, na manhã de sábado, após ter um habeas corpus concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello. Horas depois, o presidente do STF, Luiz Fux, suspendeu a decisão e determinou o retorno dele à prisão.
“Para nós foi um banho de água fria, porque ele tem duas condenações já em segunda instância. Ele estava condenado a 15 anos em uma, e a dez em outra, já em segunda instância. Ele usa várias empresas de fachada, então, para conseguir capturá-lo de novo, vamos ter uma grande dificuldade. Ele é o maior atacadista de cocaína do país”, diz Fabio Pinheiro Lopes, delegado e diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
O Ministério Público de São Paulo acredita que após ter deixado a penitenciária no interior de São Paulo, o traficante tenha viajado até Maringá, no Paraná, e embarcado para o Paraguai.
“Fizemos contato com a polícia do Paraná, também com a Polícia Federal, a partir do momento em que foi cassada a decisão pelo ministro [Luiz] Fux. Mas, infelizmente, até o presente momento, esse acusado não foi encontrado. Provavelmente, inclusive, ele já esteja fora do país. As informações é que ele dispunha de um jatinho particular à disposição para leva-lo de Maringá para fora do país”, disse Gakiya
Em nota enviada na manhã de domingo (11), a Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou que policiais dos departamentos Estadual de Investigações Criminais (DEIC), de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) e de Operações Policiais Especiais (DOPE) estão em diligências para tentar encontrar o traficante.
Prisão em 2019
André do Rap foi preso em setembro de 2019, em uma operação feita pela Polícia Civil de São Paulo em um condomínio de luxo em Angra dos Reis, no litoral do Rio de Janeiro, e é investigado por gerenciar o envio de grandes remessas de cocaína à Europa. Ele chegou a morar no exterior. Antes disso, tinha ficado preso por 7 anos, até 2014.
Em 2019, quando preso, ele chegou a São Paulo no próprio helicóptero.
Ele era procurado pela Interpol e a operação contou com uma equipe de 23 policiais do Garra, o Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos, do Gope, o Grupamento de Operações Penitenciárias Especiais e da Divisão Antissequestro.
André do Rap foi encontrado em um condomínio de luxo no bairro Itanema, que fica às margens da BR-101 (Rodovia Rio-Santos).
Na residência, foram apreendidos dois helicópteros, um deles um B 4 avaliado em cerca de R$ 7 milhões e uma lancha de 60 pés, avaliada em R$ 6 milhões. A casa era alugada, mas ele tinha uma mansão na cidade, fora de um condomínio.