Justiça determina que filhos da deputada Flordelis fiquem em prisões diferentes

A Justiça do Rio determinou que os filhos da deputada federal Flordelis, presos por suspeita de participação na morte do pastor Anderson do Carmo, fiquem em presídios separados.

A parlamentar e os filhos são réus em um processo que apura o assassinato do seu marido, o pastor Anderson do Carmo. Ela é acusada de ser mandante do crime.

Na decisão, o juiz destaca que os sete filhos estariam divididos em apenas duas unidades penitenciárias (uma feminina e outra masculina), mas devem ficar separados e longe do irmão Flávio, apontado como executor dos disparos.

“Havendo indícios de tentativa de manipulação de provas, a fim de se resguardar a instrução penal, determino sejam aqueles presos acautelados em unidades prisionais diversas, tão separados quanto possível, e sem nenhum contato com o acusado Flávio”, diz o magistrado.

Conselho de Ética

A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados reabriu, nesta terça (1°), o Conselho de Ética para analisar o caso da deputada Flordelis (PSD-RJ). O Conselho, como as comissões deliberativas do Congresso, foi fechado na pandemia.

Em reunião nesta manhã com o presidente da Câmara , Rodrigo Maia (DEM-RJ), os integrantes da Mesa assinaram um projeto de resolução para permitir a reabertura do Conselho de Ética e outras três comissões: Comissão de Constituição e Justiça, Finanças e Tributação e Fiscalização e Controle.

O projeto precisa passar pelo plenário, mas os partidos já decidiram que vão aprová-lo. Em entrevista no início da tarde, Maia disse que pretende colocar o requerimento em votação ainda nesta terça.

O caso da deputada agora será encaminhado à corregedoria da Câmara, que fará um relatório e depois o submeterá à análise da Mesa Diretora. Na sequência o caso devera ser encaminhado ao Conselho de Ética.

Em razão da gravidade, o processo contra a deputada deve ser o primeiro a ser analisado.

Depois de notificada, a deputada terá 10 dias para apresentar sua defesa por escrito.

‘Resposta rápida’

Ao falar sobre o tema nesta terça, Rodrigo Maia defendeu que a Câmara dê uma resposta rápida sobre o tema – sem que, para isso, seja preciso ferir os prazos de defesa de Flordelis.

“O direito de defesa precisa ser respeitado, mesmo sendo um caso de fato muito grave e muito constrangedor para todos”, afirmou Maia.

Segundo ele, a celeridade na análise terá que ser garantida nos outros prazos, ou seja, nas ações que dependem da Mesa Diretora ou da própria Comissão de Ética.

“O que nós precisamos é, na parte que cabe tanto ao corregedor como à Mesa, e depois no Conselho de Ética, que o prazo utilizado seja o menor possível. Agora o prazo dela é um direito dela, ela usar os cinco dias a que tem direito e nós não podemos tirar isso de nenhum brasileiro, e também de nenhum deputado”, declarou.

Investigações

A Polícia Civil e o Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro (MP-RJ) descobriram mensagens de texto em telefones celulares que reforçam a suspeita de que a deputada planejou matar o marido executado com mais de 30 tiros em 16 de junho de 2019 na porta de casa, em Niterói.

A Justiça já aceitou denúncia contra a parlamentar, que se tornou ré no caso. Seis de seus filhos e uma neta estão presos. Como parlamentar, Flordelis só pode ser presa em flagrante, e só pode ser afastada do cargo por decisão da Justiça ou da própria Câmara.

G1

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