Arapiraca é o novo epicentro da Covid-19 em AL, aponta estudo

Espaços públicos em Arapiraca, Alagoas, passam por higienização por prevenção ao novo coronavírus — Foto: Reprodução/TV Gazeta

O epicentro da pandemia de Covid-19 em Alagoas deixou de ser Maceió e passou a ser Arapiraca, isso quer dizer que a incidência de novos casos da doença na cidade do Agreste é maior que na capital. O alerta foi divulgado nesta segunda-feira (17) pelo Observatório Alagoano de Políticas Públicas para o Enfrentamento da Covid-19, formado por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

Uma semana atrás, os mesmos pesquisadores haviam indicado o descontrole da transmissão do novo coronavírus em Arapiraca, que registrou 1.761 novos casos da doença na última semana (33ª).

“Em Alagoas, a pandemia começou por Maceió, por meio de pessoas que voltavam de viagens do exterior. Desde a segunda quinzena de maio, os casos no interior ultrapassaram em quantidade, os registrados em Maceió. Por isso a adoção desse termo [epicentro]”, explicou o coordenadora do Observatório, Gabriel Soares Bádue.

O professor alertou sobre o risco de os casos se espalharem mais pelo interior de Alagoas.

“Além disso, devido à dinâmica socioeconômica do município, temos um potencial preocupante de esses casos se espalharem ainda mais pelo interior do estado a partir de Arapiraca”, disse o pesquisador.

O relatório aponta que Alagoas manteve a tendência de redução de novos casos e óbitos ao longo da 33ª semana epidemiológica. Apesar da queda, o levantamento indica uma expansão nas tendências de alta de novos casos e óbitos em relação a 32ª SE.

Gabriel Bádue explicou que “apesar de os números terem diminuído no estado como todo, quando a análise é feita por regiões, houve um aumento em oito das regiões analisadas”.

Divisão de Alagoas por regiões de saúde, sem Maceió e Arapiraca — Foto: Reprodução

Divisão de Alagoas por regiões de saúde, sem Maceió e Arapiraca — Foto: Reprodução

Oito regiões apresentaram um aumento de casos (2ª região, 4ª, 5ª, 6ª, 8ª, 9ª e 10ª ), havendo uma expressiva expansão territorial da tendência de alta em relação a semana anterior que havia registrado aumento apenas em uma região (7ª).

“Considerando a indicação de um período mínimo de quatorze dias para o início de um período de estabilização, apenas a terceira região de saúde apresentou evidência de controle da transmissão do novo Coronavírus ao final da 33ª semana epidemiológica. As demais regiões analisadas ainda apresentam algum grau de variabilidade que acompanha o processo de interiorização da transmissão do vírus, que deslocou o epicentro alagoano da pandemia de Maceió para Arapiraca, que registrou 1.761 novos casos na última semana, o que corresponde a cerca de um terço das notificações do estado“, diz um trecho da publicação.

Nesta edição do boletim, os pesquisadores optaram por apresentar a evolução temporal da incidência de casos e óbitos por Covid-19. desde a 14ª SE utilizando a padronização dos dados por 100 mil habitantes.

“Como o número de habitantes nas diversas regiões do estado é diferente, a apresentação dos dados em valores absolutos (ex. número de novos caso) não permite estabelecer uma comparação direta entre as regiões, uma vez que é esperado que em regiões menos habitadas o número de eventos de COVID-19 também seja menor. Assim, quando empregamos essa forma de cálculo (número de novos casos ou óbitos ÷ população total da região x 100.000), os casos e óbitos são proporcionais ao tamanho da população, permitindo comparar diretamente as incidências entre regiões”, explicam os membros do Observatório no boletim.

G1

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