Com o avanço dos testes clínicos das vacinas contra a Covid-19, produzidas por diferentes laboratórios farmacêuticos, e a divulgação de resultados satisfatórios, as grandes potências mundiais se antecipam para garantir milhares de doses de imunizantes antes mesmo de os estudos estarem concluídos.
Japão, Estados Unidos, Brasil, Reino Unido e os países da União Europeia firmaram acordos que dão acesso a mais de 1,5 bilhão de doses. O cenário epidemiológico aqui, com alto número de casos nos últimos meses, fez com que o Brasil fosse puxado para a lista graças aos acordos de cooperação com testes em fase 3.
Para que a última etapa dos testes clínicos seja realizada, os pesquisadores precisam aplicar a vacina em pessoas de locais onde há grande circulação do vírus, com volume de voluntários. Parcerias com a Universidade de Oxford e a AstraZeneca e com o laboratório chinês Sinovac Biontech garantiram ao Brasil 220 milhões de doses até agora.
Outro fator que contribuiu para a inserção do Brasil nos estudos é o desenvolvimento tecnológico local, com instituições que oferecem capacidade de produzir e distribuir a vacina a partir da importação de tecnologia.
Estados Unidos
Nessa terça-feira (11/8), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou em coletiva de imprensa a compra de 100 milhões de doses da candidata a vacina do laboratório Moderna. Ele afirmou que o governo está investindo no desenvolvimento e na fabricação de seis das mais avançadas vacinas do mundo, sendo que três estão na última fase de testes. “Estamos perto de produzir 100 milhões de doses logo e mais 500 milhões pouco depois”, assegurou.
Negociações com diferentes laboratórios já garantiram ao Reino Unido o acesso a 250 milhões de doses de imunizantes contra o coronavírus. Com 66 milhões habitantes, a estratégia prevê o acesso rápido a um método que se mostre eficiente.
Atualmente, a população mundial conta com 7,8 bilhões de habitantes. A reserva de grandes quantidades de doses de vacinas para países ricos, aliada à limitada capacidade de produção dos laboratórios locais, pode comprometer a distribuição de vacinas para as nações mais pobres. (Com informações do Estadão)