Blogueiro e filho de 11 anos são assassinados em Pernambuco

No último domingo (9), Dia dos Pais, um duplo homicídio foi registrado no município de Rio Formoso, na Mata Sul de Pernambuco. As vítimas foram pai e filho. De acordo com testemunhas, o suspeito de ter cometido o crime é um guarda municipal.

O blogueiro e pré-candidato a vereador de Rio Formoso, Áquila Bruno Silva, de 36 anos e o filho, Áquila Júnior, de 11 anos, estavam dentro de um veículo estacionado em frente a um supermercado na PE-60 quando foram surpreendidos com a chegada de um elemento que efetuou disparos de arma de fogo alvejando os dois. Duas mulheres também estavam no veículo, mas não foram atingidas. Elas identificaram o atirador como guarda municipal da região.

As vítimas chegaram a ser socorridas para um hospital municipal, mas o pai já se encontrava sem vida. A criança ainda recebeu atendimentos médicos, mas não resistiu. Os corpos foram encaminhados para o IML do Recife. O autor do crime já foi identificado pela Polícia Civil, mas segue foragido.

Áquila utilizava seu blog para publicar comentários políticos, mas de acordo com a polícia esta não deve ter sido a motivação do crime e sim “desavenças pessoais.” As investigações já começaram e o carro passará por perícia.

A Associação da Imprensa de Pernambuco e a Associação Brasileira de Imprensa lançaram, nesta segunda-feira, nota conjunta lamentando a morte do blogueiro e seu filho. Em comunicado, a AIP e a ABI atentam para a violência contra comunicadores e pede para que o caso seja investigado com “máximo rigor.”

“O duplo homicídio registrado na noite de domingo, dia 09 de agosto, no município de Rio Formoso, no estado de Pernambuco, que vitimou o blogueiro Áquila Bruno Silva e seu filho, de 11 anos, merecem o atento olhar da Imprensa. É sabido que aquele blogueiro exercia de forma crítica e isenta sua função de comunicador, denunciando problemas sociais e de desvios de agentes públicos”, diz a nota assinada por Múcio Aguiar, Presidente da AIP e Paulo Jeronimo, Presidente da ABI. “Como vigilantes entidades de Imprensa, a AIP e a ABI, que ao longo de um século testemunham a tortura e a bala como instrumentos de silenciar a verdade, manifestam juntas o pesar pelo falecimento, solidariedade à família e a todos os comunicadores. Encaminharemos despacho ao chefe da Polícia Civil de Pernambuco e ao Ministério da Justiça e Segurança Pública para que o caso seja investigado com o máximo rigor.”

 

 

 

Diário de Pernambuco

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