Arthur Aguiar no divã: ator precisou de 16 amantes para se autoafirmar
Um é pouco, dois é bom, três é demais. Dezesseis, então, soou um escândalo para o brasileiro. Há algumas semanas, o país acompanha a novela da separação de Arthur Aguiar e Mayra Cardi. Traída com pelo menos 16 mulheres, a coach de bem-estar expôs o ex-marido e trouxe à tona diversos debates, que vão de relacionamentos abusivos a necessidade de “ostentar” tantos casos extraconjugais, em uma atribulada vida sexual.
Para o último deles, a psiquiatria tem uma explicação. Há dois motivos: incapacidade de controlar impulsos e necessidade de se autoafirmar. “Envolve um aspecto de um transtorno de impulsividade, uma dificuldade de manejar os desejos sexuais”, defende Luan Marques, doutor e professor de psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB).
Na visão do profissional, esse caso deixa claro um exemplo de construção machista extremamente destrutiva não só a quem pula a cerca, mas a quem é vítima da traição. “Ele tem a ideia de trair e ficar com muitas pessoas como um objeto de sustentação do ego, na ótica de ‘passar o rodo’, para tentar aliviar essa autoestima que, possivelmente, é abalada”, acredita o especialista.
Marques acredita que Arthur Aguiar não se poda em seus movimentos. “Falta o questionamento: o quanto estou disposto a agredir o outro para me conectar ao meu prazer?”, indaga.
Herança patriarcal
Embora a análise seja clara, a situação não é tão simples de desvendar ou tem uma resposta única, porque existe uma pluralidade do indivíduo, que vai dos seus valores até a sua construção familiar. “Há ainda a questão que envolve o modelo patriarcal no mundo e no Brasil, no qual o homem acredita que não é penalizado por algumas transgressões. Isso não deixa de ser um fator de estímulo. Desde a infância, falamos com orgulho ‘aquele menino vai ser um pegador’, como se fosse algo positivo”, acrescenta.
O modelo machista baseado no controle masculino não gera sanções para o homem. Não à toa, o assunto virou piada e rendeu memes nas redes sociais.
“A maturidade da vida é entender que a gente precisa entender os nossos impulsos, sobretudo quando envolve outra pessoa”, pondera.
Ao quebrar acordos estabelecidos com a ex-companheira, o ator e cantor tem uma construção baseada em um modelo antigo e que não julga o sexo masculino. “É dado como jocoso as 16 parceiras que ele teve. Será que se fosse uma mulher, a história teria um tom semelhante?”, encerra.