As instituições paraguaias esclarecem que em novembro de 2019, uma nuvem de gafanhotos havia sido relatada na área do tenente Américo Pico (Chaco), a cerca de 30 km da fronteira com a Bolívia. Tal acontecimento, supõe ter reproduzido os cinco enxames que circulam atualmente para a região indicada.
“Estamos realizando o controle combinado do ar e da terra e precisamos da cooperação dos produtores, com monitoramento e relatórios permanentes, para um trabalho mais eficiente”, informa as entidades.
Os enxames são classificados de acordo com sua densidade e tamanho (leves ou pesados). As cinco incidências detectadas no Paraguai são do tipo “pesadas”, o que representa uma grande ameaça para as culturas de soja, milho, sorgo e pastagens – existentes no Chaco Central e no Alto Paraguai.
As atuais condições climáticas da região, com altas temperaturas e alta umidade, são ideais para a proliferação de gafanhotos. Os insetos podem percorrer até 100 km em um dia. Em 28 de fevereiro de 2017, o Serviço Nacional de Qualidade e Saúde de Plantas e Sementes (Senave) declarou emergência fitossanitária nas regiões do Alto Paraguai e Boquerón devido à presença da praga de gafanhotos voadores (Schistocerca cancellata). Na época, a resolução n°127 estabeleceu um período de 60 dias para realizar ações que permitissem controlar e impedir que os gafanhotos se deslocassem para as áreas produtivas do Chaco Central.
Nesta quinta-feira, 27 de fevereiro, o jornal ABC Color de Assunção anunciou a declaração de estado de emergência no distrito de Filadélfia (área norte do Chaco) pela proliferação dos gafanhotos.
A resolução nº 55/2020, de 25 de fevereiro deste ano, informa que foi detectado uma invasão de gafanhotos na parte norte do distrito da Filadélfia “cuja a proliferação afetará significativamente a produção agrícola da região.” A resolução é assinada pelo prefeito do município Holger Bergen.
As cooperativas locais paraguaias alertaram os produtores para que colaborarem imediatamente com avisos quando observarem algum enxame de gafanhotos em suas propriedades. Os países vizinhos do Paraguai já relataram a presença de gafanhotos em vários lugares do Chaco argentino e boliviano.
Vale lembrar que caso a praga não seja controlada pelas autoridades paraguaias, existem riscos de que os enxames cheguem no Brasil. Alguns fazendeiros brasileiros que estão na região tem relatado que a situação é bastante complicada.