Coronavírus: bares e restaurantes de Alagoas amargam 30% de demissões
Em comunicado publicado nas redes sociais, após o Governo de Alagoas anunciar a prorrogação do isolamento social até o dia 30 de junho, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Alagoas (Abrasel-AL) informou que, devido aos 90 dias de fechamento dos estabelecimentos, desde o primeiro decreto governamental, o setor já amarga 30% de demissões, cobrando, assim, um protocolo de reabertura, a fim de que a situação calamitosa não prejudique ainda mais os empresários e seus funcionários.
“Infelizmente, muitos dos nossos empresários já anunciaram o fechamento de suas portas, e a previsão é de que esse número cresça ainda mais, chegando à lamentável estatística de 40% de encerramento das atividades nos próximos meses. A Abrasel/AL contabiliza cerca de 15 mil estabelecimentos de alimentação fora do lar. Em sua grande maioria, empresas familiares onde todos dão a sua vida diariamente para garantir o sustento da atividade”, diz trecho da nota.
A Abrasel/AL entende que o momento não é mais de protelar a abertura da economia, mas sim, de unir todas as peças da sociedade e fazer acontecer uma retomada segura dos estabelecimentos o mais rápido possível. “O ponto relevante dos protocolos de reabertura já deveria ser como fazer, e não, quando. Não aguentamos mais!”, finalizou.
Comércio
O presidente da Aliança Comercial de Maceió, Guido Júnior, afirmou que, também, não entende o motivo de o comércio ser o grande vilão desta pandemia em Alagoas, afinal de contas, são quase 100 dias de empresas fechadas e, o pior, sem a certeza de que vão voltar a funcionar.
“Há uma expectativa de que cerca de 200 estabelecimentos do comércio nem reabram mais, fora o desemprego que deve ser assustador. Muitos destes empresários não têm mais caixa para aguentar o fechamento por tanto tempo, com o quadro atual de funcionários. Não entendemos por que somente o comércio está fechado”, comentou Guido Júnior.
Ele ainda faz um comparativo e uma crítica ao funcionamento dos estabelecimentos autorizados a abrir pelo governador Renan Filho (MDB). “O que vemos são locais cheios e pessoas sem obedecer o distanciamento, enquanto isso, apresentamos uma proposta, em abril, para retomada do comércio com todas as medidas de precaução, mas que, até então, não foi atendida”, destacou.
Shoppings
Na mesma linha de raciocínio, o diretor comercial do Maceió Shopping, Kaká Rodas, disse estar preocupado por causa da prorrogação do decreto. A tendência, segundo ele, é que aumente o número de lojas que fecharão definitivamente ou que vão demitir funcionários.
“Estamos 100% preparados e seguindo protocolo da Associação Brasileira de Shoppings, elaborado em conjunto com o Hospital Sírio Libanês. Dos 577 shoppings do país, 78% estão abertos e seguem à risca estas regras. Além disso, todos estão funcionando em horário reduzido, das 12h às 20h, fugindo dos horários de pico do transporte público”, detalhou.
No caso do Maceió Shopping, normas sanitárias estão prontas para serem implementadas, com redução de 50% das vagas de estacionamento, disponibilização de álcool em gel, controle da entrada dos clientes e limite de atendimento nas lojas. Neste primeiro momento, inclusive, a prova de roupas e de calçados estará proibida.