Profissionais da saúde realizam ato em Maceió para lembrar os mortos por Covid-19
Profissionais da saúde realizaram um ato na manhã deste domingo (21), em Maceió, para lembrar os mais de 50 mil mortos por Covid-19 em todo o país. O grupo afirma que o Governo Federal é negligente em relação à pandemia.
O ato foi realizado em frente à Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), no bairro de Jaraguá. Primeiro os manifestantes se posicionaram em um estacionamento, exibindo 50 cruzes e cartazes com críticas ao governo federal, pedindo a saída do presidente Jair Bolsonaro e destacando a importância do SUS.
Depois, as cruzes foram fincadas na areia da Praia da Avenida, simbolizando as mais 50 mil mortes causadas pela doença. O ato também é um gesto de solidariedade às famílias que perderam alguém e aos profissionais da saúde que estão na linha de frente para combater a pandemia.
O ato foi organizado pela Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares (RNMP), a Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia (ABMMD), a Federação Nacional dos Enfermeiros (FNE), a Federação Nacional dos Psicólogos (FENAPSI), a Federação Nacional dos Nutricionistas (FNN), a União Nacional dos Auditores do SUS (UNASUS) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Seguridade Social (CNTSS).
Com cruzes de madeira, profissionais da saúde realizaram ato em Maceió para homenagear as vítimas da Covid-19 — Foto: Viviane Leão/TV Gazeta
Em um comunicado nas redes sociais, o grupo listou 11 razões para a manifestação, entre elas o repúdio às “declarações do presidente da República, hostis aos profissionais de saúde, incentivando agressões a trabalhadores de saúde em seu ambiente de trabalho”. Veja abaixo:
- Em solidariedade às famílias, amigos e colegas de profissionais de saúde que morreram por COVID-19;
- Para alertar que a maior parte das mortes por Covid-19 em nosso país são evitáveis, caso o Governo Federal não tivesse uma posição genocida frente à pandemia;
- Contra a intervenção militar do Ministério da Saúde, que vem comprometendo sobremaneira o trabalho técnico frente à pandemia;
- Contra as declarações do presidente da República, hostis aos profissionais de saúde, incentivando agressões a trabalhadores de saúde em seu ambiente de trabalho;
- Contra o silêncio e cumplicidade das entidades médicas, especialmente o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Associação Médica Brasileira (AMB) e a Federação Nacional dos Médicos (FENAM), frente às posições do Governo Federal. Além disto, nem mesmo nos sítios eletrônicos dessas entidades conseguimos saber quantos e quais os colegas médicos perderam a vida;
- Por segurança no ambiente de trabalho dos profissionais de saúde. Demandamos mais Equipamentos de Proteção individual (EPI), e a reorganização de processos de trabalho, por gestores na saúde pública e empresas de saúde, que possibilitem menores impactos da exposição à doença ou ao stress produzido pela pandemia;
- Pelo apoio a Campanha Leitos Únicos – Vidas Únicas, que garanta para toda a população fila única de acesso às UTI a partir do SUS, tanto nos serviços públicos como na saúde suplementar;
- Pelo aporte adequado de financiamento do Sistema Único de Saúde. Pela supressão da Emenda Constitucional 95 (EC- 95), que congela gastos em saúde pública por 20 anos. O SUS salva vidas!!!
- Vidas Negras Importam – total solidariedade à população negra de nosso país, maioria do povo brasileiro, minoria nos espaços de representação institucional e que vem sofrendo especialmente junto às áreas de maior vulnerabilidade social os impactos da pandemia em curso;
- Contra a Portaria MEC nº 544, de 17 de junho de 2020, que estabelece a possibilidade da realização de estágios curriculares dos cursos da área de saúde em caráter on line e de forma remota. Além do descaso com as medidas de saúde pública, o Governo Federal vem reforçando seu descaso também com a educação de qualidade e com a formação dos profissionais da área da saúde com mais um ataque;
- Contra a perseguição de quadros técnicos do Ministério da Saúde, frente às denúncias que vem sendo vigiados nas redes sociais e na vida privada após a intervenção militar em curso do Ministério da Saúde, remontando práticas dos tempos de arbítrio que o país viveu em períodos ditatoriais.
G1