Pesquisadores de AL concluem protótipo de respirador de baixo custo e oferecem projeto para produção em larga escala
Pesquisadores independentes de Alagoas concluíram um protótipo de respirador pulmonar de baixo custo, uma alternativa aos caros equipamentos de saúde usados nos casos graves de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Agora, o projeto está pronto para ser doado a empresas que possam produzi-lo em larga escala.
Diante da pandemia, o Ministério da Saúde fez um pronunciamento solicitando que a sociedade científica brasileira se mobilizasse no sentido de encontrar uma solução para uma possível escassez de respiradores mecânicos no nosso país. A partir disso, a equipe se mobilizou para criar o equipamento.
O Respiral 2.0, como foi batizado pelos cinco pesquisadores voluntários, custa em média R$ 6.500, valor bem abaixo de um respirador convencional, que era comercializado a R$ 60 mil antes da pandemia.
“No geral, os insumos custaram R$ 6.500 para a produção de cada protótipo. Toda a pesquisa foi feita com recursos próprios e doações. Ele foi desenvolvido todo na minha casa, no primeiro protótipo levamos 15 dias, já neste segundo, foram dois meses de pesquisa e produção”, afirma Rodrigo Santos, coordenador do projeto e militar de carreira do Exército, que possui conhecimentos nas engenharias química, mecânica e da computação, matemática, física e resgate.
Com o protótipo pronto, a equipe pretender doar a fábricas de produtos hospitalares que tenham intuitos filantrópicos, com isso dando suporte principalmente a hospitais públicos e hospitais militares neste momento tão delicado de pandemia.
“Caso alguma fábrica tenha interesse, nós estamos doando toda a nossa pesquisa. Mas para que ele seja coloco em produção, a empresa precisa ter no mínimo dois anos com bom desempenho no mercado. Ela vai melhorar nosso protótipo, substituindo peças, colocando acrílico ou aço cirúrgico. Mas isso infelizmente demora, mas acreditamos ser uma boa alternativa, até porque não sabemos quanto tempo vai durar a pandemia”, reforçou Rodrigo.
Como funciona
Segundo o Rodrigo, o Respiral 2.0 utiliza acionamento pneumático e válvulas solenoides como princípio de funcionamento para gerar ventilação aos pulmões de forma mecânica. O equipamento possui sensores de fluxo de ar, de pressão e de volume, com display touch para configuração de parâmetros por parte do profissional de saúde de acordo com as necessidades do paciente.
“Nós usamos várias peças em 3D para criar o protótipo. Uma peça importante, que é o sensor de fluxo, que faz uma leitura por onde o ar passa, não encontramos no mercado, devido à pandemia, aí tivemos que criar o nosso”, explica.
O projeto foi desenvolvido pelo militar de carreira do Exército, Rodrigo Santos; Thiago Sandes, engenheiro eletricista, empresário e consultor técnico; Cleberson Machado, engenheiro mecatrônico; Bruno Martinelle, cursa o 7º período de engenharia mecatrônica no Centro Universitário Tiradentes (Unit/AL); e Wylken Machado, graduado em ciências da computação e mestre em modelagem computacional pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL).
No desenvolvimento do primeiro protótipo, a equipe também contou com Ícaro Santos, o aluno de mecatrônica da Unit/AL; com o professor Edison Camilo de Moraes Júnior, do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), Campus Maceió; e com Adriano Nunes, médico e jurista.
Pesquisadores desenvolvem protótipo de respirador em Alagoas com custo baixo — Foto: Ascom/Unit