Pesquisadores da Ufal alertam para risco de relaxar medidas de restrição contra o coronavírus
Pesquisadores da Universidade Federal em Alagoas (Ufal) que compõem o Observatório Alagoano de Políticas Públicas para o Enfrentamento da Covid-19 apresentaram um estudo onde expõem os riscos de relaxar as medidas de isolamento social, uma vez que o estado ainda não possui o controle da doença.
A projeção o início gradativo da reabertura dos setores produtivos no estado foi feita pelo governador Renan Filho (MDB), quando foram prorrogadas as medidas de isolamento até o dia 22. A partir daí, seria adotada o que o governador chamou de distanciamento controlado. No último dia 15, foi publicado um protocolo sanitário com regras a serem seguidas por cada setor da economia.
Contudo, segundo os dados da Ufal, Alagoas possui uma crescente nos casos do novo coronavírus e as medias de flexibilização só podem ser pensadas quando houver uma queda real nestes números.
“Estamos na contramão do mundo. Quando analisamos a evolução da doença em localidades que estão flexibilizando as medidas adotadas para a contenção da pandemia, percebemos que elas só iniciaram quando da queda do número básico de reprodução, que representa o número médio de pessoas que um infectado contamina. Essa queda reflete na diminuição de casos e óbito”, alertou o professor Gabriel Bádue, da Faculdade de Nutrição.
Os pesquisadores avaliam o cenário de Alagoas, considerando a baixa adesão voluntária ao distanciamento social, que chegou a 35% nos piores dias, aumentando a taxa de transmissão, e a interiorização da Covid-19 que deixa a curva de contágio em crescimento no Estado.
“Entendemos que o melhor caminho é a definição de indicadores objetivos, baseados em evidências científicas, que estabeleçam as condições que precisam ser alcançadas para que as medidas de isolamento possam ser abrandadas de forma gradual. Essa é a linha que está sendo seguida por países que estão tendo sucesso na retomada de suas atividades de forma compatibilizada com a segurança de suas populações”, reforçou Bádue.
Eles alertam que, como ainda não há uma vacina, a melhor forma se evitar a propagação da doença é o isolamento social.
Integram a equipe do Observatório pesquisadores nas áreas de matemática, epidemiologia, nutrição, ciência social e economia, vinculados ao Núcleo de Bioestatística em Saúde e Nutrição (Fanut); ao Grupo Cidadania e Políticas Públicas (ICS) e à Unidade de Santana do Ipanema da Ufal.