EUA retiraram autorização para uso da cloroquina contra covid-19
A decisão da agência técnica governamental — que tem independência para seu funcionamento — vem apesar de o presidente americano Donald Trump ter promovido o uso do remédio contra o coronavírus.
Os estudos preliminares considerados pela FDA para aprovação emergencial dos medicamentos não seguiram esses critérios, que são essenciais para determinar a eficácia e segurança real dos remédios, explica Pasternak.
“Foi escancarado, com uma série de trabalhos muito bem conduzidos, que os remédios não têm eficácia nenhuma. Diante nessas novas evidências, a FDA não poderia manter uma autorização emergencial”, afirma a bióloga.
O uso no Brasil
A Organização Mundial da Saúde (OMS) não reconhece nenhum medicamento ou vacina para a covid-19, mas alguns países vinham autorizando o uso da cloroquina em caráter emergencial.
No Brasil, o Ministério da Saúde mudou o protocolo para o uso de cloroquina e hidroxicloroquina em 20 de maio, após o presidente Jair Bolsonaro ter promovido o uso diversas vezes — a posição do presidente gerou até a saída do ex-ministro da saúde Nelson Teich, que discordava do uso amplo no Sistema Único de Saúde (SUS).
O Comitê Científico e a Diretoria da Sociedade Brasileira de Imunologia divulgou um documento em que afirma que “que diferentes estudos mostram não haver benefícios para os pacientes que utilizaram hidroxicloroquina”. Já o Conselho Federal de Medicina condiciona seu uso ao critério médico e consentimento do paciente.