Pretos em Alagoas têm 12 vezes mais chances de morrer em decorrência do coronavírus que brancos e pardos

Uma pesquisa feita pela Gênero e Número revela que os pretos têm 12 vezes mais chaves de morrer de Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, que os brancos e pardos. São quase 41 mortes para cada 100 mil habitantes. Em relação aos brancos esse índice é de 3,2 e 3,3 para os que se declaram pardos.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as raças ou cores da população brasileira são dividida em pretos, pardos, brancos, amarelos e indígenas.

Os dados para a pesquisa foram disponibilizados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) após uma ação do Instituto do Negro de Alagoas (INEG/AL), com apoio do Ministério Público do Estado. As mortes indicando a raça começaram a ser disponibilizadas no início de maio.

A reportagem entrou em contato com a Sesau para saber sobre os dados da pesquisa, mas ainda não teve resposta.

Além de Alagoas, apenas Espírito Santo e Amazonas divulgam os dados relacionados ao contágio e mortes pelo novo coronavírus por raça.

No Amazonas, a população parda tem a maior taxa de mortalidade (50 para cada 100 mil habitantes), mas segundo o IBGE, ela é também maioria entre os amazonenses, 81%. Ainda assim, a mortalidade é quase o dobro do registrado para brancos e pretos (ambos 25).

No Espírito Santo, a maioria da população também se autodeclara parda (52%), mas sua taxa de mortalidade é de 7, abaixo da média nacional (12,7).

Segundo o INEG, não eram disponibilizados os dados em relação à raça das pessoas que morriam devido à Covid-19.

“Constatamos que os boletins epidemiológicos do estado e de Maceió não faziam referência ao quesito raça, embora exista um conjunto de leis que determina isso no âmbito federal. Decidimos pedir às secretarias do estado e do município de Maceió e dialogamos com o Ministério Público. Alagoas não possui uma política sequer que vise à melhoria da qualidade de vida da população negra. Na verdade, a agenda dessa população vem sendo negligenciada no estado”, diz Jeferson Santos.

G1

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