Cuidando da saúde mental: Os efeitos psicológicos de uma pandemia

Em entrevista cedida ao repórter Leonardo Freitas, do Estadão Alagoas,  o psicólogo clínico comportamental Diego Vieira (CRP15/4764), explicou sobre os reais efeitos no comportamento mental das pessoas que passam por um momento delicado com a pandemia e crescente casos de contaminação do Covid-19.

Além disso, deu dicas de atividades práticas que podem auxiliar no bom desenvolvimento psicológico durante esse período de pandemia.

Quanto aos efeitos reais numa sociedade em crise sanitária, Diego afirmou que, “o cenário frente a uma pandemia reflete muito o que socialmente fomos moldados a apresentar, comportamentos sensíveis aos arranjos de contingencias. Ou seja, a medida em que o vírus estava mais evidente fora do país, nossa preocupação era mínima, pois parecia muito distante de nossa realidade. Embora o primeiro caso diagnosticado no país foi no início de fevereiro, ainda era muito novo os estudos e conhecimento sobre o coronavírus, por isso as pessoas viviam suas vidas normais, até que com o avanço dos casos no Brasil, fomos tendo aquele “choque de realidade” onde passamos a nos comportar de acordo com o cenário local. Como efeito, temos uma sociedade com um sistema de saúde insuficiente e pessoas que desdenham o perigo que correm, por isso os casos sempre aumentam”, explicou.

Os fatores que levaram a sociedade a um desequilíbrio emocional quanto a chegada do vírus na vida dos cidadãos, são corroborados com a recém felicidade cotidiana que se vive comumente em tempos de festa, no caso do carnaval. Ou seja, os políticos deveriam ter deixado de lado a alegria de festejar, para dar lugar a uma preocupação que diz respeito à todos, e que se tornou firme e consistente em nosso território, não bastasse a incapacidade de nosso sistema de saúde há também os fatores que já eram um problema para a sociedade, como a crise política.

Em questão de poucos dias após o primeiro caso no Brasil, a sociedade vem sofrendo com a realidade de ter de ficar em isolamento social, e isso vem perdurando até então.

“Fomos naturalmente desenvolvidos para viver em grupos, mantendo relações com as pessoas e se comunicando interpessoalmente; qualquer proposta de vida que vá de encontro a isso com certeza terá como consequência pessoas com comportamentos desadaptativos”, relatou o psicóloco e complemetou,  “transtorno de ansiedade, depressão, transtorno de pânico e transtorno obsessivo-compulsivo tendem a aparecer. A sensação de que algo ruim pode acontecer com você ou alguém próximo, sensação de medo, sensação de abandono e exagero na checagem de fatores de segurança, comumente estarão associados”.

Como contribuição, Diego indicou exercícios e atividades que o cidadão pode fazer em casa, para aliviar a tensão e não sofrer com possíveis problemas nesse momento de isolamento social.  “Para passarmos pelo período de isolamento social de maneira menos agressiva, precisamos transformar nossa casa um lugar de estimulação constante. A criatividade será aliada das pessoas que estão mais isoladas. Então, manter contato com as pessoas através da tecnologia, fazer exercícios físicos, aprender e colocar em prática algo novo, mas que sempre teve vontade de fazer, preparar receitas novas, ler um livro, assistir filmes, redecorar a casa, o quarto. Desenvolver novas habilidades são propostas de apoio e de preferência para serem praticadas todos os dias seguindo uma rotina, onde comporte horários para todas essas atividades. O isolamento não é fácil, porém podemos torná-lo mais leve. ” pontuou o profissional da saúde.

A ideia do Estadão Alagoas, é levar dicas interessantes que devem ser colocadas em prática, esperemos que tenham vindo em uma hora boa para você, leitor. Além de cuidarmos de nossa saúde praticando o essencial de higienização, como utilizar álcool gel 70, não esquecer da máscara quando precisar sair de casa e sempre lembrar os amigos dessas obrigações. A saúde mental também precisa ser zelada, pratique os exercícios e se proponha a sempre aprender algo a mais.

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