Psiquiatra explica por que algumas pessoas cumprem isolamento e outras não
O avô que insiste em jogar dominó na praça. A amiga que tem promovido festas escondidas. A vizinha que sai de hora em hora para ir ao mercado ou à feira. Pesquisa recente comprova que esses perfis, aparentemente opostos, podem ter elementos em comuns que ajudem a explicar porque algumas pessoas não cumprem o isolamento social, medida para combater a pandemia de coronavírus.
Jéssica Farias, estudante de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações da Universidade de Brasília (UnB) constatou que renda, status profissional e posição política são fatores fundamentais e que fazem um indivíduo decidir sair às ruas, mesmo sem nenhuma necessidade.
A doutorando ouviu 2.056 entrevistados de 25 unidades da Federação, com idades entre 18 e 88 anos, das cinco regiões do país. A constatação principal é que estudantes, pessoas de baixa renda, com posicionamento político de direita e desempregados são mais propensos a furar a quarentena.
Para o psiquiatra Luan Marques, o não cumprimento do isolamento também pode ser explicado pelo viés psicológico. Muitas pessoas estão passando, atualmente, pela fase da negação. Nesse grupo, é normal atitudes como defender que notícias verídicas são fake ou desacreditar no número de vítimas ou mortos por Covid-19, que segue em curva crescente.
Metrópoles