Em live intimista, Ivete Sangalo se emociona com Aldir Blanc e Moraes Moreira

Depois do circuito carnavalesco Barra-Ondina em formato de live apresentado por Ivete Sangalo no último dia 26, quando fez sua estreia nas transmissões online e arrecadou cerca de R$ 400 mil em doações, a cantora, versátil, decidiu mostrar seu lado mais intimista neste Dia das Mães.

Se no primeiro show ela cantava e pulava de pijama na sala de sua casa em Salvador (BA) acompanhada de seu filho e do marido, que cozinhava e soltava as bases das músicas, dessa vez permaneceu na área externa, fazendo tudo sozinha.

“Esse dia tá diferente mas vai dar tudo certo”, disse logo no início, às 18h, convidando o público que chegou a cerca de 330 mil pessoas a empurrar o sofá e dançar com o repertório de versões que começou com “Como uma Onda”, de Lulu Santos, “Fullgás”, de Marina Lima, e “Sá Marina”, de Wilson Simonal.

Em uma emocionada dupla de canções, homenageou Aldir Blanc e Moraes Moreira, grandes compositores brasileiros que morreram nos últimos meses, e fez um discurso sobre a importância da manutenção da memória.

“Quero homenagear dois artistas que se foram nesse momento em que estamos vivendo. A gente já perdeu muita gente importante, do ponto de vista público e íntimo. Não há como banalizar a vida das pessoas contando um número. Elas são importantes”, disse.

“Esses sim, passaram uma mensagem que nos inspira. A gente não precisa de mensagens que não nos inspiram, a gente não precisa entender e assistir ao negativo e obscuro”, completou antes de se emocionar com “Resposta ao Tempo”, de autoria de Blanc e gravada por Nana Caymmi.

“Acabou Chorare”, de Moraes Moreira e Luiz Galvão veio em seguida. “Moraes Moreira traduziu o Carnaval da Bahia, traduziu as nossas emoções de forma tão diversa. É outro que se foi e a gente reitera a sua presença através de sua força dentro da cultura”, disse.

Após meia hora dançando sentada, a baiana decidiu ficar de pé (“eu vou me sentar só para dizer que é intimista mas vou ficar levantando, tá?”) para cantar a sequência que incluiu “A Novidade”, de Gilberto Gil, e “Faz Tempo”, a primeira música própria que cantou na live –ainda viriam “Deixo” , “Meu Maior Presente” e “Meu Segredo”.

Ela voltou a se emocionar com “Maria, Maria”, de Milton Nascimento, e versões de Benito di Paula e Djavan. “Eu não tô conseguindo cantar porque tô emocionada demais. Como uma pessoa faz uma live e fica assim?”, brincou.

Parte do repertório foi dedicada às parcerias com novos artistas. Aproveitou a deixa para lançar um EP com duas músicas –”Me Liga”, com Jão e “Na Janela”, com Vitão, que participaram da live com vídeos pré-gravados, e cantou “Um Sinal”, feita com Melim.

Também mostrou suas incursões ao sertanejo, cantando “Zero a Dez”, com Luan Santana, e “O Nosso Amor Venceu”, que tem participação de Marília Mendonça.

Ao chegar às duas horas e quarenta e cinco minutos de live, a cantora encerrou com o bis que incluiu “A Paz”, de Gilberto Gil, e “Se Eu Não Te Amasse Tanto Assim”, que a fez chorar novamente.

 

 

Folhapress

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