Marcelo Adnet revela que sofreu abuso sexual na infância

Em entrevista à revista Veja, publicada nesta sexta-feira (10), o humorista Marcelo Adnet revelou que foi abusado sexualmente durante a infância. Segundo ele, os crimes ocorreram duas vezes, aos 7 e aos 11 anos.

“Na primeira, nem sabia o que era sexo. O caseiro do lugar onde eu passava as férias começou a se aproximar de mim e pedir favores. Ele me chantageava dizendo que, se contasse algo a qualquer pessoa, meu cachorro morreria. Eu era muito ingênuo. Um dia, quando só estávamos eu e ele em casa, foi para cima de mim. Senti uma dor imensa, mas durou pouco porque meus parentes, que tinham ido ao mercado, voltaram para buscar a carteira”, lembra Adnet.

“Mais tarde, o pesadelo se repetiu com um amigo mais velho da família. Ele não chegou a consumar o ato, como o caseiro, mas me beijou e passou a mão no meu corpo. Foram dois episódios difíceis”.

Questionado por que nunca tocou no assunto publicamente, o humorista, hoje com 38 anos, falou que foi preciso terapia para lidar com o trauma. “Para se ter uma ideia, só depois da morte desse conhecido da casa, há cerca de dez anos, consegui contar à minha família. Hoje, já falo de maneira natural porque entendi, após anos de análise, que o constrangimento não é meu, e sim de quem me abusou. O que fica disso é o susto, o trauma, a desconfiança”.

Isolado em seu apartamento no Rio de Janeiro com a mulher, a atriz Patrícia Cardoso, Adnet falou que não descarta entrar para a politica. “Sabe que até penso nessa possibilidade? Mas não agora. Na adolescência, cheguei a cogitar muito isso. Porém, nestes tempos, considero uma empreitada perigosa e que poria não só a mim, mas também a minha família em risco. Não dá para esquecer a execução da Marielle Franco, né?”, disse.

Ele também comentou a atuação de Regina Duarte frente à Secretaria da Cultura do Governo de Jair Bolsonaro. “Em comparação a Roberto Alvim é um enorme avanço. Regina se mostra alinhada com este governo, que por sua vez vê nela uma oportunidade de marketing e propaganda. O trabalho dela não será nada fácil. Daqui a pouco vão acusá-­la de ser comunista, vocês vão ver”.

 

Revista Marie Claire

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