Cheia em Santana do Ipanema é a maior desde 1980, afirma CPRM
O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) divulgou, nesta quarta-feira (1º), os dados da medição da cheia na bacia do Rio Ipanema no município de Santana do Ipanema, no Sertão de Alagoas, com informações sobre os níveis máximos alcançados desde 1980. Realizado pela Superintendência Regional da CPRM em Recife, o monitoramento aponta que a cheia de 2020 do Ipanema alcançou o nível de 10,40 metros no último dia 30 de março, com registro de inundação, e é o maior da série histórica em 40 anos de acompanhamento.
De acordo com os dados, os números maiores anteriores a 2020 foram registrados em 2004 (7 m), em 1981 (6,5 m), em 1984 (6,48 m), em 1982 (6,17 m) e em 1992 (5,2 m). As equipes técnicas responsáveis por este monitoramento estão em campo, em Santana do Ipanema, desde a última semana. A campanha de medição busca gerar dados hidrológicos fidedignos e faz parte dos objetivos da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN) operada pela CPRM, sob a coordenação da Agência Nacional de Águas (ANA).
O mesmo trabalho está sendo realizado nos municípios de União dos Palmares e Murici, localizados na bacia do Rio Mundaú, onde a CPRM opera um Sistema de Alerta Hidrológico. Nestas estações, a campanha de campo também serviu para realizar a manutenção dos equipamentos.
Além de Santana do Ipanema, as equipes atuam na medição do Rio Pajeú, em Pernambuco. Nas duas localidades, as cheias tiveram início após intensas precipitações registradas desde o dia 21 de março e as inundações atingiram principalmente as cidades de Serra Talhada (PE), Flores (PE) e Santana do Ipanema (AL). A medição das cotas e das vazões dos rios Pajeú e Ipanema acontecem nas estações fluviométricas da RHN localizadas em Floresta (PE), Flores (PE), Serra Talhada (PE), Açude Serrinha (PE), Batalha (AL) e Santana do Ipanema (AL).
“Localizados no semiárido, os rios Pajeú e Ipanema ficam secos durante a maior parte do tempo e no momento, com as fortes chuvas região, estão com vazões elevadas, sendo um momento ímpar para as equipes de hidrologia levantar dados de vazão nas estações hidrológicas instaladas na bacia”, explicou o engenheiro hidrólogo Fábio Araújo da Casta, da Superintendência Regional da CPRM em Recife.
A medição em campo está em conformidade com o Decreto Presidencial 10.282/2020, que define as atividades de levantamento e análise de dados geológicos para garantir a segurança coletiva, notadamente por meio de alerta de riscos naturais e de cheias e inundações, como atividades essenciais e ininterruptas durante as ações de combate ao novo coronavírus no Brasil.
Assessoria