Japão está “no limite” no combate ao coronavírus, dizem autoridades
O Japão está com dificuldade para conter o avanço do coronavírus e à beira de uma crise, disseram autoridades nesta quarta-feira (1º), aventando a hipótese de interdições de emergência.
O país computa 2.200 casos do coronavírus e 66 mortes, números relativamente modestos comparados aos dos Estados Unidos, da China e de algumas partes da Europa. Especialistas médicos estão particularmente preocupados com a capital, Tóquio.
Novas infecções estão aparecendo incessantemente – nesta quarta-feira, foram relatadas 105, 65 delas na capital, onde os casos são acompanhados atentamente porque uma elevação ali aumenta a pressão para que o governo adote medidas drásticas.
“Mal estamos dando conta e continuamos em um ponto crítico, no qual os casos do vírus poderiam disparar se baixarmos a guarda”, disse o primeiro-ministro,Shinzo Abe, a um comitê parlamentar.
Pressão por estado de emergência
Uma reunião da força-tarefa de Abe para o coronavírus estava prevista para esta quarta-feira. Abe está sendo pressionado pelo público para declarar estado de emergência, o que permitiria às autoridades impor interdições e restringir a circulação, mas de forma voluntária, e não obrigatória.
O ministro das Finanças, Yasutoshi Nishimura, disse que especialistas em doenças infecciosas estão alarmados com os preparativos médicos de Tóquio, que hoje tem cerca de 500 casos.
“Muitos especialistas expressaram uma sensação forte de crise e opiniões sobre a disseminação de infecções em Tóquio e o estado atual da prontidão médica”, disse Nishimura a repórteres.
“Precisamos evitar a todo custo que as infecções se espalhem ainda mais. Chegamos ao limite dos limites, à beira do precipício”, afirmou Nishimura.
A governadora de Tóquio, Yuriko Koike, pediu que os moradores da cidade, que tem quase 14 milhões de habitantes, fiquem em casa e evitem restaurantes e bares.
“As pessoas estão dizendo: ‘não achei que eu mesma seria infectada’. Quero que todos compartilhem a noção de que cada um deve proteger a si mesmo e também evitar disseminar [o vírus]”, disse Yuriko Koike.
Agência Brasil