MP-AL denuncia psiquiatra pelos crimes de aborto, cárcere privado e omissão de socorro

O Ministério Público do Estado de Alagoas (MP-AL) denunciou um médico psiquiatra por aborto, com resultado de lesão corporal grave, cárcere privado e omissão de socorro da namorada dele. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (16).

O promotor de Justiça Rodrigo Soares pediu medidas cautelares e afastamento da atividade de médico, o recolhimento do passaporte para que o médico seja impedido de se ausentar do país, além de medidas protetivas de urgência em favor da vítima. O crime aconteceu em setembro de 2019, em Maceió.

Segundo a acusação, o médico atraiu a vítima ao seu apartamento na Jatiúca para conversar sobre a gestação e pediu que ela fizesse o aborto. Diante da negativa, o médico deu a ela remédio tranquilizante com a justificativa de acalmá-la. A vítima adormeceu em seguida e, como estava inconsciente, o denunciado introduziu comprimidos que provocaram o aborto.

O promotor relatou que, no dia seguinte, o médico foi trabalhar no Sertão e deixou a vítima trancada no apartamento, sangrando.

“Ou seja, não somente impediu a criança de nascer, como colocou em risco também a vida da moça. O mais grave, sendo ele um médico, que fez juramento para salvar vidas, teve atitude totalmente contrária, inclusive omitindo o socorro e isso é muito mais grave do que se imagina. E o Ministério Público tinha a obrigação de denunciá-lo”, descreveu o promotor.

A vítima está sob medida protetiva de urgência que proíbe contato e aproximação do denunciado por, pelo menos, 300 metros. O Ministério Público entendeu que é preciso proteger não só a integridade física e psíquica da vítima como também outras tentativas de violência por parte do médico, que está impedido até de fazer contato por telefone com a vítima ou familiares dela.

O MP encaminhou cópia dos autos para o Conselho Regional de Medicina (CRM) solicitando que seja feita apuração da conduta médica denunciado.

G1

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