Delegado que criticou censura na PC/AL é exonerado da Deic pelo governador

Após utilizar as redes sociais para criticar a censura implementada na Polícia Civil de Alagoas por meio de uma portaria, o delegado Fábio Costa foi exonerado do cargo de coordenador da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic) pelo governador Renan Filho.

Surpreso com a medida adotada pelo governador, Fábio Costa utilizou as redes sociais nesta sexta-feira (6) para reagir, dizendo que nunca envergonhou sua família, os colegas e a sua fé.

Desde que o decreto que “censurou” os delegados foi publicado no Diário Oficial, Fábio Costa foi para as redes criticar a medida, dizendo que o ato em si prejudica e muito o trabalho que é desenvolvido pela polícia. Em vídeos publicados anteriormente, ele lamentou a censura ao trabalho policial, alertando que o ato “irá dificultar o trabalho da imprensa e o acesso da informação da população”.

“Acabei de ser surpreendido com o ato de minha exoneração da DEIC. De uma coisa tenho certeza: nunca envergonhei minha fé, minha família e nem meus camaradas. Em breve, falarei com vocês um pouco do que estou sentindo diante dessa situação. Vamos em frente com Deus no comando sempre. Nós não vamos parar”, postou o delegado nesta sexta-feira (6) em seu Instagram.

Exoneração foi publicada no Diário Oficial

FOTO: REPRODUÇÃO

Além de Fábio Costa, o delegado Thiago Prado – que era da Seção Antissequestro e Crimes Cibernéticos -, também foi exonerado da função que exercia na especializada. O delegado Gustavo Henrique assume o cargo de coordenador da Deic e José Carlos André dos Santos o posto que até então era de Prado.

NOTA DE REPÚDIO DA ADEPOL

O Sindicato dos Delegados de Polícia de Alagoas (Sindepol/AL) e a Associação dos Delegados de Polícia de Alagoas (Adepol/AL) divulgaram uma nota de repúdio à portaria, assinada pelo delegado-geral da Polícia Civil, Paulo Cerqueira, que proíbe os servidores da instituição de concederem entrevista sem autorização. As entidades dizem que o diretor-geral praticou abuso de poder e classificam a medida como “mordaça”, retaliação, intimidação, além de absurda e inconstitucional.

O texto condena o controle da manifestação dos delegados ao impedir comentários ou críticas a respeito da gestão. E diz que a regra é um claro e descarado atentado à liberdade de expressão, sendo um dos pilares da democracia, impedindo que a população tenha acesso às informações acerca do serviço público. A liberdade individual também estaria em risco, tendo em vista que a participação em eventos estaria condicionada à autorização da direção.

NOTA DA POLÍCIA CIVIL

A direção da Polícia Civil de Alagoas informou que as mudanças ocorridas são de rotina, fato comum que acontece vez por outra em órgãos da área da segurança pública.

*Com Gazeta Web

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